É comum um suicídio ocorrer e depois nos questionarmos o porquê de não nos termos apercebido dos sinais. Muitas vezes, esses sinais estão à vista de todos, simplesmente são ignorados ou desvalorizados.
Contudo, a Sociedade Portuguesa de Suicidologia (SPS), alerta que esses sinais aparecem “usualmente agrupados”, sendo bastante perceptíveis pelo que é possível intervir de forma eficaz na salvação de uma, ou mais, vidas.
Apesar de os profissionais de saúde mental estarem, constantemente, a pesquisar diversas formas de prevenção do suicídio, a verdade é que, nem sempre, tal é possível. A impulsividade neste acto é um dos principais factores a ter em conta, embora a SPS acredite haver alguns sinais de alarme:
- Afastamento da família e amigos
- Depressão, de uma maneira geral
- Dor psicológica intolerável
- Perda de auto-estima
- Constrição da mente (menos horizontes e menos tarefas)
- Isolamento
- Desesperança (sensação de nada valer a pena)
- Egressão (fuga como única solução para acabar com a dor intolerável)
- Comentários acerca da morte e do suicídio (em conversas banais)
- Preparação de documentos, entrega de objectos de valor sentimental ou cartas emotivas
- Ansiedade intensa
- Auto-desprezo
- Apatia
- Tristeza intensa
- Comportamentos compulsivos
- Mudanças rápidas de humor
Apesar destes serem os principais sinais observados nas pessoas que pensam em cometer suicídio, a SPS atenta que outros indivíduos podem não mostrar quaisquer indícios e, mesmo assim, terem pensamentos suicidas. Os casos mais preocupantes, e considerados de risco, continuam a ser das pessoas que, demonstrando estes sinais, têm formas ou meios disponíveis para o efeito, como uma arma ou acesso a medicamentos.
A SPS alerta também que a presença de um ou mais destes sinais acima descritos “não é uma garantia de que a pessoa pretende cometer o suicídio”, sendo preferível sempre confrontar a pessoa em questão.
Segundo a mesma organização, há também alguns factores de risco que influenciam este tipo de comportamento. Além das doenças, da morte de alguém próximo ou de um sentimento de culpa, também o facto de ter entre 15 e 24 anos ou mais de 45 são factores motivacionais para o suicídio.
A ausência de crenças religiosas, uma elevada escolaridade ou o desemprego são outros dos factores que parecem influenciar este tipo de actos.
O que fazer?
Caso se depare com alguém que apresenta estes sinais, a SPS aconselha a não abandonar essa pessoa e procurar ajuda de imediato. O facto de muitas vezes os indivíduos com tendências suicidas não serem levados a sério é um dos principais problemas pelo que a organização sugere que os familiares ou amigos devem reconhecer os sentimentos da pessoa em questão e não criticarem os seus motivos, oferecendo confiança e ajuda ao invés.
Existem também vários apoios telefónicos de ajuda e apoio ao suicídio em Portugal que, por vezes, são o último recurso. Além do 112, Serviço Nacional de Socorro, também a SOS Voz Amiga (21 354 45 45) ou o Telefone da Amizade (22 832 35 35) podem ser contactados para obter mais informações ou apoio nestes casos.