O TTIP, Tratado Transatlântico de Parceria de Comércio e Investimento (designado, nos Estados Unidos da América, como TAFTA), é uma proposta de parceria de comércio entre os EUA e a União Europeia que se previa estar finalizado até Dezembro de 2014.
No entanto, desde o momento em que algumas organizações e entidades decidiram boicotar o secretismo em que estava a ser preparado e discutido, trazendo a público vários documentos, tem vindo a passar por mais do que problemas de agenda.
Estará o TTIP a afundar-se com o decorrer das campanhas eleitoras nos dois lados do Atlântico e a globalização a decrescer, tanto à direita como à esquerda, para não falar do pequeno problema chamado Brexit?
No final da 14ª ronda de negociações surgem vozes que dão como certo o seu falhanço. Contudo, será prematuro que os que têm lutado contra a sua assinatura venham “cantar vitória”…
“Na minha opinião, as negociações com os Estados Unidos falharam, de facto, apesar de ninguém o querer admitir”, afirmou o vice-chanceler e ministro da economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, este Domingo, durante um encontro com cidadãos, em Berlim.
Steffen Seibert, o porta-voz oficial da chanceler alemã Angela Merkel, não pensa assim. Respondeu ao comentário de Sigmar Gabriel dizendo que as negociações estão em curso e que “muitas vezes, as matérias decisivas apenas surgem no último round”.
Sigmar Gabriel é o presidente do SPD, o Partido Social Democrata alemão, o parceiro minoritário do CDU de Merkel, a União Democrata Cristã na coligação de governo.
Matthias Wissmann, presidente da VDA, a Associação da Indústria Automóvel, afirmou que o TTIP corria o risco de falhar “vítima de uma campanha promocional incipiente”.
O assessor do representante do comércio dos Estados Unidos, Matt McAlvanah, fez eco da opinião de Seibert, dizendo que, em negociações comerciais, “nada é acordado até que tudo esteja acordado”.
François Hollande também já afirmou publicamente que a França não poderá votar a favor de um Acordo que contém tantas “desigualdades”.O ministro francês para o Comércio Externo, Matthias Fekl, declarou esta terça-feira que “deixou de existir apoio político de França a estas negociações”, que geraram “muita desconfiança e medo” pelo que o país irá apresentar um pedido formal para que as negociações com os Estados Unidos acabem.
A posição de Portugal, face às declarações vindas a público nos últimos dias, é veiculada por Margarida Marques, secretária de Estado dos Assuntos Europeus, em declarações a um orgão de comunicação social nacional: “Continuaremos a trabalhar, ao nível bilateral e multilateral para que as sensibilidades de todos os Estados-membros sejam tidas em conta, de modo a manter um consenso político em torno da política comercial europeia”. A próxima reunião do Conselho de Negócios Estrangeiros informal, está agendada para 22 e 23 de Setembro. “Vamos aguardar a exposição de argumentos que a França fará no próximo Conselho”, disse.
Com 27 capítulos ainda em discussão, a 15ª ronda está agendada para a primeira semana de Outubro, nos Estados Unidos.
Até lá será necessário manter a atenção para intervenções que venham a ser produzidas pelos diferentes intervenientes.
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