“ Y trató de imaginar como se veria la luz de una vela cuando está apagada.”
Lewis Carroll
A polícia fez aturados estudos laboratoriais e sussurra-se de boca em boca que estamos na presença de mais um caso de difícil entendimento. Relatadas as circunstâncias por quem chegou em primeiro lugar ao local do crime nada faria prever este desfecho.
(Com os reforços pedidos à Scotland Yard pela polícia os criminosos serão descobertos e é forçoso que o povo descanse tranquilamente na paz dos seus lares até que se faça justiça acerca deste horrendo crime.)
Fala do Narrador:
Era um homem de uma grande simplicidade. Articulava calmamente as palavras e apenas de quando em vez se lhe reconhecia alguma irritação sempre denunciada pelo rubor das faces. Nessas alturas era prudente o afastamento de tal criatura.
Amava a vida com grande paixão. Mas o destino marcou-lhe a fronte com o ferrete de um grande solitário.
(Dizia muitas vezes que as pessoas davam cabo de todas as coisas boas da vida.)
As crianças passavam perto da quinta do Inventor cada vez com mais curiosidade. Parece que nunca ninguém lhe conheceu mulher por perto. (As mulheres atrapalham, teria dito ao barbeiro num calmo dia de chuva.)
Passava horas a vasculhar os ferro-velhos das redondezas. Carregou latas, fios, motores durante meses para um enorme armazém escavado no monte com desusada paciência.
(A infinita, a sábia e poderosa beatitude dos inocentes.).