A propósito de assunto que já quase só é aflorado, uma indemnização paga por todos nós pela via dos impostos, em circunstâncias que raiam o burlesco tanto no que tem de obscuro como na sua lavra incógnita, desconhecida, leviana, e demais adjetivos que se lhes queira atribuir, ressalta o anedótico contributo na confeção dos conteúdos acordados sabendo as partes qual o quadro legal da contratação pública naquilo que concerne à gestão de empresas publicas mas, só não é risível a explicação de todos os intervenientes, porque a conduta tem regras de educação para balizar a mentira escondida em meias verdades construída com recurso a um exercício de ginástica mental que seria dispensável se houvesse um pingo de respeito pelos eleitores e pela cidadania no seu todo assente na estrutura do Estado, e uns quantos pingos de vergonha para, pelo menos, disfarçar a lisura exigível aos que dizem ter autoridade representativa popular, decidiu a Assembleia da República constituir uma Comissão de Inquérito Parlamentar na senda de uma prática inquisitorial desnecessária mas, com tendência a ser generalizada, sobre tricas várias que nada trazem de benéfico ao cidadão comum ao ponto de, finda uma legislatura desconhecerem que reformas houve, se é que as houve, e o conteúdo legislativo criado, substituído e, ou, revogatório, por propostas a votação. Exercício para o qual elegem os seus representantes.
Mas, curiosamente, maioritariamente, não fazem a mínima ideia sobre o que é que os seus eleitos fizeram em seu favor durante o mandato para de seguida se deixarem manipular por supostos estudos de opinião e voltarem a votar sem sequer se darem ao trabalho de conhecer os programas eleitorais das várias candidaturas em presença.
A direita reclama, por conveniência, a não existência de ideologias por entre conceitos primários que defende sobre vários temas de onde sobressaem os direitos sobre a igualdade de género: orientação sexual; morte assistida e muitos outros.
O centro direita continua conservador nos princípios da organização económica e da organização social.
A esquerda mantém a perseverança na defesa das mudanças necessárias para a construção de uma sociedade mais igualitária.
Se estas diferenças identitárias com a linha dos princípios defendidos não são os pilares ideológicos das organizações em causa algo está muito mal num dos pilares essenciais à vida em sociedades organizadas: a educação individual e, coletiva.
Ao prestarem-se a discutir o sexo dos anjos em Comissões Parlamentares de Inquérito que se constituem para discutir a origem dos alhos e acabam a dissecar bugalhos ao pormenor, inquisitorial, sobre tudo e sobre nada, estão a dar exemplo da sua consistência moral e intelectual.
O cidadão contribuinte muda de canal televisivo quando estas matérias lhes preenchem o espaço preferindo os anúncios televisivos à devassa, se exibição de futebol não houver.
As questiúnculas politico partidários deixaram de lhes interessar mas as noticias panfletárias também.
Entretanto as CPI e outras Comissões sectoriais continuam a reunir em sessão sobre discussão da rama sem grande profundidade no acessório e assim as décadas vão passando sem grandes alterações e a atividade profissional na politica passa a exercício corrente entre agentes que nesse domínio se movimentam.
Daí que, quiçá por mais mediático, uma indemnização duvidosa se tenha transformado num rol inquisitorial de episódios estranhos, tanto no verbo como no método, passando pelos conteúdos de um computador, um telemóvel que se partiu acidentalmente, demissões, não demissões, omissões, e por aí adiante, de onde resultará uma mescla de argumentos feitos palavras escritas ao sabor de cada um em documento para ser esquecido no tempo.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90