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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024

Estreias da semana: O Principezinho

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O Principezinho

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O Principezinho, originalmente editado, em 1943, em plena 2ª Guerra Mundial, é uma espécie de best seller universal, pelo menos é a obra em língua francesa mais vendida no mundo, e um dos livros mais célebres de sempre que tem apaixonado pessoas de todas as idades, fazendo mesmo parte das obras de leitura seleccionadas pela disciplina de Português. Dada a notoriedade do original de Antoine de Saint-Exupéry, o cinema (tal como a TV) prestou-lhe, ao longo das décadas, a devida homenagem em diversas adaptações e referências, se bem que nenhuma se convertesse numa versão que tenha sobrevivido ao tempo como as páginas do livro. Felizmente, esta versão do encontro do aviador com um pequeno rei a cargo de Mark Osborne tem estatuto capaz de vencer o esquecimento. Apresentado no passado festival de Cannes, fora de competição, não deixa de ser um belo exemplo a aliar de forma conseguida a imaginação à nostalgia.

Desde logo, uma das formas pelas quais o filme nos cativa é a aproximação magnífica que faz às próprias ilustrações de Saint-Exupéry, numa utilização diversa de técnicas de animação e imagens geradas por computador. Assim começamos pela evocação da experiência que o piloto de aviação, autor da história, vivera nos anos 30 quando tentava bater um recorde de velocidade e acabou por se despenhar no deserto do Sahara, até ser recolhido por beduínos depois de duas de extremo calor de desidratação. Pelo menos fora esta a motivação para escrever O Príncipezinho.principe1

O mais curioso é que a versão de Osborne se passe na actualidade, num cenário que parece recordar-nos o início de Up – Altamente, em que uma menina que a mãe dedicada (voz de Rachel McAdams) vai cuidadosamente planificar o futuro para poder concretizar o sonho (da mãe?) de ingressar numa escola de elite. Isto até que a curiosidade a faça penetrar na única casa que destoa do bairro perfeitamente idêntico e habitado por pessoas igualmente cinzentas. É aí que descobre o velho aviador (voz de Jeff Bridges) que sonha ainda por um derradeiro voo antes de fazer a sua derradeira aterragem. Essa janela aberta para um mundo novo, que tudo parece contrariar o seu percurso, acaba por ser um talismã de atracção.

Tal como a menina, também a nós nos é difícil ficarmos indiferentes à evolução que toma este Principezinho. Mas que não deixará de abordar de uma forma livre os diversos elementos a história, embrenhar-nos com as diversas personagens, como a raposa (James Franco), a rosa (Marion Cotillard), a cobra (Benicio del Toro), o homem convencido (Ricky Gervais), o Rei (Bud Cort) ou o homem de negócios (Albert Brooks), o tal que desejava possuir todas as estrelas.

Um filme que acaba por surpreender pela positiva e pela possibilidade do deslumbramento, embora na segunda parte acabe por perder parte do seu encanto. Ainda assim, não deixa de ser um encorajador grito à imaginação e à audácia de ser diferente, de remar contra a maré.

Nota: A nossa Opinião (de * a *****)

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