Resultado do Brasil é 72% pior do que o dos Estados Unidos.
Os impactos da pandemia de Covid-19 e da política genocida do governo Jair Bolsonaro atingiram fortemente a estimativa de vida no País. Conforme estudo feito pela Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, a crise levou a expectativa de vida do brasileiro ao nascer cair em quase 2 anos – ou, mais precisamente, 1,94 ano. A queda foi maior para os homens (1.98 ano) do que para as mulheres (1.82 ano).
O Brasil é o segundo país em números de casos e de mortes em decorrência do novo coronavírus, atrás apenas dos EUA, apesar de ter uma população consideravelmente menor. Porém, na redução da expectativa de vida, o resultado brasileiro é 72% pior do que o dos norte-americanos. A situação foi agravada no País com a forma negligente e irresponsável como Bolsonaro liderou o combate à pandemia.
A pesquisa “Redução na Expectativa de Vida no Brasil em 2020 Após a Covid-19”, liderada pelo Departamento de Saúde Global e População da Universidade Harvard, foi publicada como pré-print, sem revisão de pares. O Departamento de Demografia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) também participou da pesquisa.
Além da média nacional, o levantamento também mostrou os cenários por gênero e por Unidades Federativas (UFs). Para chegar a esses números, foram usados modelos matemáticos baseados no número total de mortes por Covid-19 em 2020 no País, considerando o gênero e localidade das vítimas.
O Distrito Federal teve uma queda de 3.68 anos na taxa, a maior no Brasil. De modo geral, as reduções foram altas também nos estados da região Norte. O líder na região é o Amapá, com queda de 3.62 anos na expectativa de vida, seguido de Roraima (3.43 anos) e Amazonas (3.28 anos).
O estudo também avaliou a expectativa de vida de pessoas com 65 anos. Nessa faixa etária, os homens (1.64 ano) também apresentaram maior redução na idade comparados às mulheres (1.46 ano). Ainda nessa faixa etária, as unidades federativas com maior redução na taxa foram novamente Distrito Federal (3.08 anos), Amapá (2.98 anos), Amazonas (2.92 anos) e Roraima (2.74 anos).
Em 2020, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer teve um aumento segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Uma pessoa nascida no Brasil em 2019 tinha expectativa de viver, em média, até os 76,6 anos, de acordo com dados divulgados no ano passado. Isso representa um aumento de três meses em relação a 2018 (76,3 anos). A expectativa de vida dos homens passou de 72,8 para 73,1 anos e a das mulheres foi de 79,9 para 80,1 anos.
País com maior número de casos e de mortes por Covid-19, os EUA também viram a expectativa de vida da população diminuir um ano no primeiro semestre de 2020, ainda nos primeiros meses da crise sanitária, para 77,8 anos. As minorias foram as mais atingidas por essa redução: os negros perderam três anos e os latinos, quase dois anos, indicaram os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) governamentais em um relatório divulgado em fevereiro deste ano.
Para toda a população dos Estados Unidos, a expectativa de vida ao nascer era de 77,8 anos no primeiro semestre de 2020, um ano a menos do que em 2019, quando era de 78,8, de acordo com o CDC. A esperança de vida registrada no primeiro semestre de 2020 é a mais baixa desde 2006, de acordo com o relatório. Os números são provisórios, uma vez que os efeitos da pandemia ainda estão sendo contabilizados.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado