Neste domingo (17) 52,86% dos colombianos aptos a votar foram às urnas para escolher entre dois projetos completamente distintos e quem venceu foi o candidato do Partido Centro Democrático, Iván Duque, com 53,95% dos votos. Apoiado por Álvaro Uribe, o candidato representa a extrema-direita com um programa que ameaça os acordos de paz. Por outro lado, temos Gustavo Petro, o ex-prefeito de Bogotá que contabilizou nesta votação mais de 8 milhões de votos, o equivalente a 41,83%. Neste momento momento histórico da Colômbia, em que a maior guerrilha do país e o governo de Juan Manuel Santos conquistaram o tão sonhado acordo de paz, que deu fim à guerra de 50 anos, o candidato do uribismo representa um retrocesso neste aspecto. Duque baseou sua campanha em críticas agudas ao acordo de paz e chegou a prometer, mais de uma vez, iria “estraçalhar” o documento.
Durante o segundo turno, o candidato amenizou seu discurso e reconheceu a importância do acordo que, segundo ele, precisa ser revisto. Este passo de ponderação de Duque representa um avanço das forças progressistas que foram capazes de pressionar o rosto da extrema-direita a ponto deste amenizar o discurso para conquistar os eleitores do centro.
Aos 41 anos, Duque era o mais novo entre os candidatos. No primeiro turno, obteve 39,14% dos votos, contra 25% de Petro que representa agora o projeto da esquerda colombiana que chegou mais longe em um processo eleitoral.
Duque tem um perfil parecido ao de outros representantes da direita do continente, Com passado profissional ligado ao mercado financeiro, trabalhou nos Estados Unidos como consultor do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Na política, o candidato do Centro Democrático teve trajetória curta. Foi eleito senador em 2014, mas deixou o cargo no ano passado para concorrer à presidência. Duque também foi assessor no Ministério da Fazenda e assessor do ex-presidente Álvaro Uribe.
Recentemente, a Colômbia ingressou na Otan como membro observador. Não é de hoje que o país é um importante apoio dos Estados Unidos contra os projetos do ciclo progressista no continente, e agora estreita ainda mais esta relação. Neste momento de contra-ataque de Trump sobre a América Latina, Duque na presidência do país vizinho representa o fortalecimento das políticas de hostilidade contra os países que tentam resistir a este ciclo de dominação americana.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado
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