E disso são exemplo os depoimentos dessa participação de de Ana de Hollanda e de Corsino Tolentino.
Para além desta diversidade de olhares que tornam únicos estes espaços de encontro de pessoas e de mundos, é importante destacar o facto de ter havido, para além dos debates e conferências, uma residência artística com a direção de João Gil e a participação do Quinteto de Lisboa, de Nancy Vieira e Stewart Sukuma, de que resultou um concerto de homenagem à língua na sua pluralidade e a criação de novas canções. Para além desse laboratório, há que destacar o projecto de fusão do Cante Alentejano com o Pop coordenado por Paulo Ribeiro e que contou com a participação dos Camponeses de Pias, dos Mainantes e Moços D´Uma Cana e de que resultou num espectáculo fabuloso e, possivelmente, num CD.
Mas para percebermos melhor o que foram os momentos altos destas Escritas do Sul o melhor é darmos a voz à Fernanda Pina que acompanhou todos os trabalhos. Para ela as memórias mais fortes foram:
- A simplicidade inteligente de Mia Couto, transbordando humanidade, humor e singeleza nos diálogos estabelecidos;
- A Sabedoria de Corsino Tolentino, dominando as temáticas apresentadas e discutindo-as com os oradores de uma forma apelativa à reflexão! Inspirador;
- A vitalidade e diversidade experiente da Ana de Hollanda, enquanto ex ministra da cultura daquele que é o mais extenso foco da língua portuguesa: Brasil. País rei da diversidade cultural.
A alegria que “O quinteto de Lisboa” imprimiu ao forum, numa simbiose de música portuguesa e castelhana, onde não faltaram os talentos ritmados da flamengo e fado, cheios de graça no canto e na dança.
A Combinação do pop com o cantar alentejano! Momentos de elevada riqueza cultural, de cruzamentos de estilos musicais tão díspares e tão homogéneos à sensibilidade auditiva do bom gosto portugês
A oportunidade de conhecer a raiz da escrita! Aqui tão perto e trazida de tão longe, par a época! Afinal, os fenícios os Gregos e os Cartagineses, ensinaram-nos a comunicar e escolheram uma sala de aulas, aqui no nosso Alentejo, no nosso Almodôvar! A semente da escrita germinou, a língua portuguesa nasceu, e fez-se “Globalização”! Afinal Foi lá, há dois mil anos revisitados nesta iniciativa “Escritas do Sul “…
Sampaio da Nóvoa, presenteou os participantes com a sua visão singular e conhecedora dos meandros do ensino da língua portuguesa, do papel dessa língua que é a nossa e dos cinco continentes, afinal! Numa oralidade a que já todos habituou e que deixa aquele sabor de querer aprender mais… escutar mais!
E como se não bastasse, todo o evento foi acompanhado permanentemente pela interpretação de linguagem gestual, que garantiu a admiração dos presentes pelo cunho da sensibilidade de um concelho inclusivo, acolhedor e atento.
Parabéns Almodôvar!