Mark Zuckerberg escreveu recentemente um post bastante extenso (5.800 palavras) onde se afirma optimista relativamente ao Facebook, a rede social por ele fundada quando tinha, apenas, 19 anos, defendendo que esta poderá ser a solução para combater a instabilidade e a polarização humana, criando um mundo mais próximo e consciente. Mas, estaremos nós totalmente seguros disso?
Muitos já perceberam que o Facebook pode funcionar como câmara de eco e de disseminação de desinformação, ajudando a espalhar, tantas vezes, os ideais de poderosos grupos de interesses. Esta possibilidade mina a confiança nos jornalistas, nos cientistas, em organizações cívicas e em governos.
Mais, corporações multinacionais como o Facebook manuseiam os nossos dados, pedindo-nos para acreditar no modo como a informação é apresentada, filtrada ou classificada. Mas, poderão estas colocar o interesse público acima de tudo e de todos? Ou, por outro lado, cumprirão a ambição dos investidores em primeiro plano? Esta é uma dúvida que permanece entre os mais atentos…
Poderá o Facebook ajudar a construir uma comunidade inclusiva que reflita valores sociais mais progressistas, mesmo quando muitos dos utilizadores não compartilham esses valores?
Penso que todos estaremos de acordo ao afirmar que esta rede social necessita de rever a sua própria visão de comunidade, assim como a forma como poderá participar na construção de um futuro global. Mas passará a solução para um mundo dividido pelo Facebook por mais Facebook? Esta é uma pergunta que se tem ouvido insistentemente nos últimos tempos…