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Domingo, Dezembro 22, 2024

Festival Internacional de Cinema de San Sebastián

José M. Bastos
José M. Bastos
Crítico de cinema

Edição 66 começa hoje. Filme argentino abre a competição oficial.

A partir de hoje e até ao dia 29 vai decorrer na cidade basca de San Sebastián a 66ª edição do Festival Internacional de Cinema. A principal secção da mostra inclui 22 filmes, dos quais dois serão exibidos “fora de competição” e outros tantos com a designação de “projecções especiais”.

Sobram, assim, 18 títulos a competirem pelos principais prémios e que serão avaliados por um júri presidido por Alexander Payne, realizador, produtor e argumentista norte americano, autor de “As Confissões de Schmidt” e várias vezes nomeado para os Óscares. A acompanhá-lo estarão a directora de fotografia catalã Bet Rourich, a produtora nórdica Agnes Johansen, Nahuel Pérez Biscayart (o excelente actor argentino de “Cem batimentos por segundo”, um dos grandes filmes de 2017), o realizador e escritor romeno Constantin Popescu e a actriz espanhola Rossy de Palma, uma das famosas “chicas Almodóvar”.

Este ano, o filme de abertura é um trabalho a concurso: “El amor menos pensado”, do argentino Juan Vera e protagonizado por Mercedes Móran (melhor actriz no recente Festival de Karlovy Vary, em “Sueño Florianópolis”) e pelo enorme Ricardo Darín, distinguido em 2017 em San Sebastián com o Prémio Donostia. De acordo com a pequena sinopse disponibilizada pelo festival “El amor menos pensado” trata de um casal, Marcos e Ana, “que depois de vinte e cinco anos de casamento se interroga profundamente sobre o   amor, a natureza do desejo e a fidelidade, e tomam uma decisão que modificará as suas vidas para sempre”.

“Le Cahier Noir” – uma co-produção franco-portuguesa na secção oficial

A merecer um especial destaque no rol dos concorrentes encontramos “Le Cahier Noir”, produção franco-portuguesa realizada por Valéria Sarmiento. Argumento de Carlos Saboga e fotografia de Acácio de Almeida. No elenco Lou de Laâge, Stanislas Merhar, Niels Schneider, Jenna Thiam, Fleur Fitoussi, David Caracol, Vasco Varela da Silva e Tiago Varela da Silva.

Esta é uma história que decorre no final do século XVIII e que conta as aventuras de um pequeno órfão de origens misteriosas e a sua jovem enfermeira italiana, também de nascimento incerto. A trama leva-nos de Roma a Paris, de Lisboa a Londres, de Parma a Veneza. Na sombra, por razões ocultas, são permanentemente vigiados por um calabrês de aspecto suspeito e por um cardeal inquietante, enquanto nos revelam as obscuras intrigas do Vaticano, as arremetidas de uma paixão fatal, um terrível duelo, as intrigas na corte de Versalhes e as convulsões da Revolução Francesa.”

Entretanto, deixamos aqui, a lista dos restantes títulos da secção oficial:

  • “Alpha, the right to kill” de Brillante Mendoza (Filipinas)
  • “Angelo” de Markus Schleinzer (Áustria / Luxemburgo)
  • “Bao Bei Er / Babuy” de Liu Jie (China)
  • “Beautiful Boy” de Felix van Groeningen (E.U.A.)
  • “Blind Spot” de Tuva Novotny (Noruega)
  • “Der Unschuldige / The Innocent” de Simon Jaquemet  (Suíça / Alemanha)
  • “El Reino” de Rodrigo Sorogoyen (Espanha / França)
  • “Entre dos aguas” de Izaki Lacuesta (Espanha)
  • “High Kife” de Claire Denis (França / Alemanha / Reino Unido / Polónia / E.U.A.)
  • “Illang: The Wolf Brigade” de Kim Jee-Woon (Coreia do Sul)
  • “In Fabric” de Peter Strickland (Reino Unido)
  • “L’ Homme Fidèle” de Louis Garrel (França)
  • “Quién te cantará” de Carlos Vermut (Espanha – França)
  • “Rojo” de Benjamín Naishtat (Argentina / Brasil / França / Holanda / Alemanha)
  • “Vision” de Naomi Kawase (Japão / França)
  • “Yuli” de Icíar Bollaín (Espanha / Cuba / Reino Unido / Alemanha)
  • “Dantza” de Telmo Esnal (Espanha) – projecção especial
  • “Tiempo Después” de José Luis Cuerda (Espanha / Portugal) – projecção especial
  • “Gigantes” de Enrique Urbizu e Jorge Dorado (Espanha) – fora de concurso
  • “Bad Times at the El Royalre” de Drew Goddard (E.U.A.) – fora de concurso – sessão de encerramento

Deve ser salientada, apesar da significativa e natural presença do cinema espanhol ou de língua castelhana, uma apreciável diversidade de países representados (com a habitual presença oriental: Filipinas, China, Coreia do Sul) , o salutar confronto entre alguns realizadores em início de carreira ou com nomes pouco conhecidos e autores de créditos firmados (Brillante Mendoza, Naomi Kawase, …) e a reincidência de vencedores da “Concha de Ouro” em edições anteriores: Isaki Lacuesta e Carlos Vermut.

Registe-se, mais uma vez a ausência do cinema italiano e, pelo segundo ano consecutivo, a de autores iranianos que outrora eram presença habitual no certame basco.

Em próxima oportunidade falaremos de outras secções do Festival.

 

 

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