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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Fifa escala trio de árbitras pela 1º vez na história da Copa masculina

Stéphanie Frappart, Neuza Back e Karen Diaz comandarão a disputa entre Costa Rica x Alemanha, nesta quinta (1º/12), do Grupo E. Escalação veio após 32 partidas.

Vai que é delas! Pela primeira vez na história, a Copa do Mundo masculina terá um time de arbitragem formado apenas por mulheres. O anúncio foi feito pela Fifa na tarde desta terça-feira (29).

O trio feminino irá comandar a disputa entre Costa Rica x Alemanha. Valendo vaga para as oitavas de final, o jogo da 3ª rodada do ‘Grupo E’ acontece nesta quinta-feira (1º/12), às 16 horas (horário de Brasília), no estádio Al Bayt Stadium, em Al Khor, Catar.

A francesa Stéphanie Frappart foi a quarta árbitra no confronto entre Polônia e México pelo ‘Grupo C’ na semana passada. No jogo desta quinta ela será a árbitra principal, alcançando mais um marco depois de ser a primeira mulher a apitar uma partida das eliminatórias para Copa do Mundo masculina.

A brasileira Neuza Back será uma das bandeirinhas e terá a companhia da mexicana Karen Diaz, que trabalhará como assistente. No comunicado, a Fifa classificou o evento como “histórico”.

Escalação veio após 32 partidas

A Copa do Mundo de 2022 é a primeira que tem mulheres entre os juízes convocados pela entidade. São seis no total: três árbitras e três auxiliares.

Ainda assim, o trio precisou aguardar mais de 32 jogos para conseguirem realizar sua primeira partida dentro de campo, em duelo oficial. Enquanto alguns homens acumulam mais de uma partida nessa edição.

Ainda assim, Kathryn Nesbit, dos Estados Unidos, Yoshimi Yamashita, do Japão, e Salima Mukansanga, da Ruanda, aguardam por uma oportunidade ainda neste ano da competição.

Quem é Stéphanie Frappart

Stéphanie Frappart foi a primeira mulher a apitar na liga masculina francesa de futebol e na UEFA Champions League. A participação no torneio mais importante do futebol masculino chega para ela aos 38 anos, após uma ascensão agitada desde sua estreia na Ligue 1, em 2019. Naquele mesmo ano ela foi designada para trabalhar na Supercopa da Europa, depois atuou na Liga dos Campeões em 2020 e em 2021 na Eurocopa.

“É uma grande evolução, um reconhecimento das minhas qualidades e competências. Esta é a minha linha de conduta desde o início, ser escolhida por minhas competências, não pelo meu gênero” declarou a francesa em entrevista coletiva antes da última Eurocopa.

Em seu percurso até a partida desta quinta, Frappart cumpriu todas as etapas desde seu início na arbitragem em 1996. Ex-jogadora do AS Herblay, da região de Paris, Frappart é árbitra desde os 13 anos e passou cinco temporadas na segunda divisão. Na Ligue 1, não demorou muito para receber elogios unânimes de jogadores e treinadores.

“É uma mulher de uma calma e serenidade impressionantes, é difícil desestabilizá-la, tem uma maturidade incrível” disse à AFP o presidente da comissão federal francesa de árbitros, Eric Borghini.”

Oportunidade

De acordo com o jornal GauchaZH, desde que chegou à elite do futebol, Frappart é com frequência questionada sobre sua trajetória no futebol masculino e sempre responde de maneira firme e diplomática. “Sempre fiz campanha para que sejamos consideradas pelas nossas capacidades e não necessariamente pelo nosso gênero. Se as mulheres têm qualidades, também devem receber oportunidades” ressaltou. “Desde 2019, demos um grande passo em frente. Agora não é uma surpresa ver mulheres arbitrando homens, independentemente do continente ou do país.”

A juíza, natural de Val-d’Oise, ao norte de Paris, também não teme sua estreia no Catar, país questionado pelos direitos das mulheres, onde garantiu que foi “sempre bem recebida”.

“Esse também é um forte sinal das entidades (esportivas) de que há mulheres neste país — declarou. “Não sou uma porta-voz feminista, mas pode ajudar as coisas. Sei que muitas vezes desempenhamos um papel, especialmente no esporte.”


por Bárbara Luz |   Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado

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