Os testes, feitos sete meses após a mudança da fonte de abastecimento de água daquela cidade norte-americana, foram realizados sobretudo em habitações e propriedades a este e oeste dos arredores da cidade, revela o The Guardian.
De acordo com o mapeamento das condutas com chumbo feito pela Universidade de Michigan, os locais onde os testes foram feitos não correspondem à rede de 8 mil canos de chumbo de Flint.
As autoridades de abastecimento de água canalizada estão obrigadas a testar as habitações de alto risco, e ter uma canalização com chumbo é um factor-chave para determinar se os habitantes estão expostos a esta neurotoxina, através do consumo da água.
Das 100 propriedades testadas, apenas duas excederam os limites federais para chumbo na água, enquanto 37 habitações não tinham sequer vestígios, apesar das fugas do metal para a água canalizada da cidade durante os seis meses que precederam os testes.
Os testes foram validados por Michael Glasgow, membro do departamento de qualidade ambiental do estado de Michigan e um dos três funcionários governamentais sob acusação no âmbito da crise da água em Flint. O mandado de captura de Glasgow afirma que este admitiu informação que levava a concluir, com bases falseadas, que todas as amostras de água tinham proveniência de locais com condutas de chumbo.
Marc Edwards, cientista de Virginia Tech que veio a denunciar a dimensão do desastre de saúde pública da água contaminada em Flint, afirmou que as práticas de testes da água canalizada na cidade tinham falhas.
O departamento de qualidade ambiental do estado de Michigan foi contactado, não tendo feito qualquer declaração até agora.