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João de Sousa

Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Frequentíssimas: a ganância, a cobiça e a miséria moral

João de Sousa
João de Sousa
Jornalista, Director do Jornal Tornado

Não, não são Raríssimas. São, pelo contrário, regra e não excepção. Muitas IPSS funcionam como um off shore cá dentro! Se cumprem algumas das finalidades a que estatutariamente estão obrigadas? Que remédio! É o preço a pagar pela “lavagem” de dinheiro a que, de facto, muitas delas se destinam.Porque não apareceu ainda Assunção Cristas a pedir a cabeça do ministro Vieira da Silva? Porque está o PSD tão calado num processo que envolve, no presente, um ministro, um secretário de Estado do Governo e uma deputada do PS?

De onde nasce a, também rara mas inesperada, circunspecção do Presidente da República? O que pensam Rui Rio e, em particular, Santana Lopes, deste assunto? Onde andam os “tudólogos” do comentário: Graça Franco, Ricardo Costa, Paulo Baldaia?

Que têm a dizer os órgãos de comunicação social do facto de Salvador da Cunha terminar uma reunião de coerção, em tom ameaçador e completamente inapropriado, chamando “pulha” a uma jornalista que, desta feita, estava apenas a fazer o seu trabalho?

Como justifica Vieira da Silva a vice-presidência da Associação? Que consultou o ex-secretário de estado enquanto consultor? Que ganharam as pessoas com doenças raríssimas com a viagem da deputada Fertuzinhos à Suécia?

Vieira da Silva, um bom ministro, era vice-presidente para encher o Curriculum mas não vice-presidia? E acha-se isento de responsabilidade por isso? O secretário de estado que foi consultor de uma Instituição de Solidariedade Social acha normal que dinheiro da Segurança Social transitasse de forma directa para pagar o IVA, que já tinha recebido, das facturas que emitira? A deputada acha, a posteriori, que o facto de as viagens de avião, e apenas estas, terem sido pagas, também a posteriori, pela entidade organizadora a ilibam do recebimento de vantagem indevida? Ela já sabia que assim seria a anteriori?

E porque está a generalidade dos jornalistas tão confortável com esta situação? Basta olhar para os Observatórios e para quem está à frente deles para perceber a razão deste silêncio. O Observatório da Imprensa é dirigido por um ex-jornalista que participa alegremente, ganhando dinheiro com isso, na orgia mediática do Processo Marquês, chegando mesmo a publicar um livro sobre o tema, enxameando as redes sociais com o spin dos seus “achares” sobre este processo. Ah! Se ao menos houvesse um Observatório dos Observatórios…

Refém das agências de comunicação, a maioria dos Jornalistas prefere assobiar para o lado que estamos no Natal e esta é a altura das prendas e depois vem a das viagens e dos hotéis de cinco estrelas e todos sabem que quem administra os convites são o Salvador da Cunha e os seus pares. E, lá está, se estes acharem que o jornalista é um pulha… que “vá de metro”… e durma no Metro, que não qualifica para mais.

E Marcelo? E as fotos das férias, em anos sucessivos, de Marcelo com Salgado? E com Michel Temer, golpista e corrupto, convidado para a posse de Marcelo? E Maria Cavaco Silva a, assim designada por Marcelo, “madrinha” de Portugal e da referida Associação? E a dona Jonet à frente do Banco Alimentar contra a Fome que alimenta sobretudo as “famílias” Azevedo e Soares dos Santos, tem sido inspeccionada? E o dr. Pedro Santana Lopes que depois de achincalhar a imagem das instituições nacionais, interna e externamente, enquanto chefe do Governo, foi ele mesmo “branqueado”, a troco do silêncio, pela frágil liderança de Pedro Passos Coelho, com a “prateleira dourada” da Provedoria da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para não fazer ondas? Alguma vez foi auditada a sua gestão? Dos três objectivos que definiu na sua tomada de posse: adopção, imobiliário turístico e imobiliário para habitação social só dois viram a luz do dia. O imobiliário turístico e a adopção, bem distantes dos objectivos estatutários da instituição. Curiosamente ambos ligados ao crime e à corrupção. Ah! E o Montepio? Cuidará Santana que o dinheiro da Santa Casa lhe pertencia? Alguém se preocupou com isso?

Agora, já lavadinho – assim acredita o próprio – prepara-se para lançar a segunda edição dos “concertos para violino, do Chopin”, medir o “astral” do populismo do antigo PPD e, se necessário, “levar mais uns pontapés na incubadora” dados pelos próprios “irmãos”?

E os milhões da Caritas no Banco? O Papa Francisco saberá que há gente com fome em Portugal e a viver na rua?

Entendo que nestes tempos de “madrinhas” os “Padrinhos” andem um pouco na sombra. Mas Don Aníbal e Don Marcelo e os seus afectos podem ir lá fora ver se chove.

O “Arco da Governação” de Portas continua vivo. Mas não é um arco de Governo, é um arco de “governar-se”, à má fila e com total impunidade.

Marquês? Mas se é toda uma “casta”! A esta “família”, a que mantém Cristas caladinha e o PSD sorumbático, não é a nobreza que a define. É a miséria moral!

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