Patrimônio Imaterial da Humanidade, o frevo reinou no Recife e em Olinda neste sábado (9) em que comemorou 112 anos. Blocos, agremiações e orquestras arrastaram foliões em vários pontos. O ritmo pernambucano por excelência predominou.
No Bairro do Recife, Centro da capital, por exemplo, o Paço do Frevo ficou lotado neste sábado. Um dia antes, recebeu mais de mil visitantes, muitos deles à tarde, quando a programação festiva oficial começou. Já os bairros de São José e de Santo Amaro, na área central, também comemoraram o frevo.
Em Olinda, mesmo sem a prefeitura ter programado nada de especial, as prévias carnavalescas tomarão conta do Sítio Histórico da cidade durante todo o dia. O Bloco Eu Acho É Pouco foi uma das principais atrações, realizando, pela primeira vez em muitos anos, o baile pré-carnavalesco gratuito, na Praça do Carmo.
No Paço do Frevo, reduto do ritmo, as comemorações foram comandadas pela Transversal Frevo Orquestra, de César Michiles, filho do compositor Jota Michiles. O público que acompanhou o evento caiu no passo. Jovens, idosos e crianças tomaram o terceiro andar do museu. Antes da orquestra, tiveram apresentações do Recicoral, do Frevo Cinquentão, com o professor Otávio Bastos, e o Vivencias de Dança, do professor Júnior Viegas.
Amo o frevo e hoje, no dia dele, não poderia deixar de estar aqui, de homenageá-lo. Defendo que o ritmo seja mais tocado, inclusive durante todo o ano. Sou professor de educação física e costumo usá-lo nas minhas aulas. Além de preencher a alma, ele é um excelente condicionador físico”
Defende André Carvalho, um dos mais animados durante as apresentações no Paço do Frevo.
História
O frevo é um manifesto popular marcado pela ocupação das ruas, da resistência e luta das classes menos favorecidas. A trajetória que formou o que hoje conhecemos mais como um ritmo vai além de um estilo musical de compasso binário e andamento rápido. A palavra remete a um movimento social que refletiu, ao longo de mais de um século, a situação social vivida nos centros urbanos do Recife e Olinda.
Ocupação das ruas, resistência e luta das classes menos favorecidas marcam a história do frevo
Datado em 9 de fevereiro, o aniversário do frevo surgiu após convenção de intelectuais, historiadores e poder público, que reconheceram oficialmente a primeira aparição do frevo no Jornal Pequeno, em 1907. Mesmo assim, o movimento cultural já existia antes da divulgação no jornal.
Segundo a Fundação Joaquim Nabuco, o processo de gestação do frevo remete a muito antes disso. Vem do século 19, sobretudo da década de 80 e 90, período de muitas transformações políticas, econômicas e sociais, com o fim da escravidão, o advento da República e a formação de uma classe trabalhadora.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado