Tecnologia, geopolítica, soberania, guerra económica, guerra de informação, ciberdefesa e cibersegurança… Implicações estratégicas, políticas e económicas da grande mutação tecnológica em curso, esgotamento do modelo (ainda) vigente e, claro, explicação de Trump e da racionalidade das dinâmicas disruptivas que ele introduziu.
Começando pelo que está mais próximo das notícias de todos os dias: os problemas do ciber e da sua segurança (vasto cardápio de que depende todo o nosso quotidiano…), a Defesa, a soberania digital e a guerra económica, numa breve mas esclarecedora entrevista ao nosso velho amigo Franck DeCloquement.
A ver aqui:
As Novas Armas de Putin
O presidente Vladimir Putin fez há semanas a apresentação de uma nova geração de armas que coloca a europeus e americanos problemas inéditos. Há muito que é sabido e conhecido que as tecnologias de defesa e segurança são o motor das grandes inovações tecnológicas. As armas apresentadas por Putin parecem tão inovadoras que, no Ocidente, não faltaram ’observadores’ a sugerir que estamos perante uma “ficção científica” e que Putin faz bluff… Jean-Pierre Petit, um génio científico “desalinhado”, demonstra que essas armas são reais, conta as histórias atrás do seu desenvolvimento (algumas datando dos anos 50 do século passado…), fala do seu modelo científico Janus e revela ainda, com pormenores “deliciosos”, a espécie de miséria escolástica em que se afunda a pesquisa científica na Europa.
A apreciar aqui:
Um Estado não tem amigos…
Um Estado não tem amigos, apenas parceiros e oponentes.”
Na recente conferência (27/09/2018) da francesa École de Guerre sobre “O Estado do Mundo: Perspectiva Económica e Geopolítica”, Olivier Delamarche e Pierre Sabatier trataram da parte económica e Alain Juillet, um velho amigo da equipa “Intelnomics”, fechou a conferência com uma síntese (absolutamente notável) da situação geopolítica.
De assinalar, uma rara explicação de Pierre Sabatier sobre a mudança do modelo económico global, ainda que de forma sucinta e elementar (a partir de 1H 07M). Antes disto, Sabatier já havia analisado e muito bem explicado a racionalidade das dinâmicas disruptivas introduzidas por Trump e os seus objectivos inovadores.
Alain Juillet inicia a sua exposição ao minuto 1H 18M, para fazer uma volta completa sobre a actual paisagem geopolítica. Juillet tinha chegado escassas horas antes de Washington, onde participara num grupo de trabalho franco-americano sobre as “fake news”, suas implicações e modos de as combater. E foi, precisamente, por aí que começou a sua intervenção.
Curiosamente – destacou – as “fake news” que os dirigentes do Partido Democrata americano imputam aos russos e responsabilizam pela derrota de Hillary Clinton são… reais e verdadeiras! Simplesmente, não deviam ser divulgadas pois chocavam de frente com o discurso oficial da candidata… A partir desta “arqueologia” da origem do termo “fake news”, Alain Juillet esclarece e desmonta o conceito para, em seguida, colocar o problema no quadro em que sempre esteve: o das “operações de influência”, da guerra de informação e da guerra híbrida.
Destas guerras, passa à guerra económica em curso. Depois segue para o controlo chinês das estratégicas “terras raras”; as mudanças climáticas e suas consequências (estratégicas e económicas); as vagas de migrantes; a cultura, visão e lógica da China (cita Sun Tsu e o seu “ganhar sem combate” mas também a recente obra de dois coronéis chineses ”Guerra Irrestrita” ou como ganhar num afrontamento do fraco ao forte); a Rússia e as novas armas de Putin e a “filofofia” que as suporta (tema que Jean-Pierre Petit explica detalhadamente na sua entrevista), explica a liderança de Putine e aponta a riquíssima Sibéria (que a mudança climática está a descongelar…) como campo de batalha entre Moscovo e Pequim (sinização em curso da Sibéria com uma avalanche de milhões de chineses a cada ano…); a colaboração da americana Palantir com os “serviços” franceses (contra o terrorismo, etc.), explica o ambivalente conceito de “amigo” (cita Churchill…) e como trabalhar com os Estados Unidos… A terminar deixa pistas de uma visão para o futuro, para sobreviver a médio e longo prazos. Enfim, trinta e tal minutos de um ‘espectáculo’ de inteligência superior e muito bem informada.
Se, como o Intelnomics, considera que “pensar é um desporto radical”, aprecie esta superior performance do grande mestre da inteligência económica e estratégica:
Exclusivo Tornado / IntelNomics
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