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Quarta-feira, Julho 17, 2024

George Gershwin | A vida é improviso

José Alberto Pereira
José Alberto Pereira
Professor Universitário, Formador Consultor e Mestre em Gestão

“A vida é muito parecida com o jazz … fica melhor quando se improvisa”. Quem o afirmou foi um jovem pianista e compositor de 14 anos de idade, nascido a 26 de setembro de 1898 no Brooklyn, em Nova Iorque. O seu nome era Jakob Bruskin Gershowitz, tinha ascendência judaica russa e lituana, mas ficou conhecido para a história da música como George Gershwin.

George Gershwin foi um compositor e pianista norte-americano, cujos temas se integraram em géneros musicais tanto populares como clássicos. Entre as suas obras mais conhecidas estão sinfonias como “Rhapsody in Blue” (1924) e “An American in Paris” (1928), canções como “Swanee” (1919) e “Fascinating Rhythm” (1924), jazz standards como “I Got Rhythm” (1930) e óperas como “Porgy and Bess” (1935), que incluiu o magnífico tema “Summertime”.

George Gershwin, em 1918, com 20 anos

Gershwin estudou piano com Charles Hambitzer e composição com Rubin Goldmark, Henry Cowell e Joseph Brody. Começou a carreira como compositor de canções populares, passando rapidamente a compor músicas para os teatros da Broadway, com o irmão Ira Gershwin e o amigo Buddy DeSylva. Residiu algum tempo em Paris, com o objetivo de estudar com Nadia Boulanger, mas esta recusou. Durante esse período compôs “An American in Paris”.

No regresso a Nova Iorque, escreveu “Porgy and Bess” com Ira e DuBose Heyward. A ópera começou por ser um fracasso comercial, mas com o passar do tempo veio a ser a ser considerada como uma das mais importantes óperas americanas do século XX e um clássico cultural americano. Pouco tempo depois Gershwin mudou-se para Hollywood e continuou a compor até à sua morte em 1937 de um cancro no cérebro. Os seus temas foram adaptados para filmes e televisão e alguns deles tornaram-se jazz standards, gravados em inúmeras versões.

A sua carreira como compositor musical começou na Tin Pan Alley de Manhattan, bem pertinho da Bradway. Foi o germinar de uma carreira profícua, que inclui mais de 20 musicais, 10 obras orquestrais, duas sinfonias para piano, 2 óperas e bandas sonoras para cinco filmes. Foi também o nascimento de um músico de exceção, pianista virtuoso e compositor genial, reconhecido e respeitado em toda a América e no mundo, defensor convicto do poder da música popular como forma de expressão de histórias, tradições e culturas.

Os prémios, reconhecimentos e tributos não mais pararam desde a data da sua morte. Em 1937 foi indicado para o Óscar da Academia por “They Can’t Take That Away From Me”, apenas dois meses após a sua morte. Em 1945 é lançado um filme sobre a sua vida, com Robert Alda no principal papel, inevitavelmente chamado “Rhapsody in Blue”. Reedições, versões e raridades vão sendo lançadas a um ritmo elevado ao longo dos anos. Em 1979 Woody Allen constrói a banda sonora de “Manhattan” apenas com músicas de Gershwin, terminando o filme com esta frase: “Ele adorava Nova Iorque. Para ele não importava a época, seria sempre uma cidade que existia a preto e branco e pulsava com as grandes melodias de George Gershwin.”

Gershwin está um pouco por toda a parte em Nova Iorque. Num teatro na Broadway, no hotel em Manhattan, no Hall of Fame em Long Island ou numa escola no Bronx, o seu nome é um marco na história da cidade. Mas também na história dos Estados Unidos, que premiou a sua genialidade e dedicação com uma Medalha de Ouro do Congresso e com um Pulitzer especial, entre muitas outras distinções. Uma carreira pródiga de um prodígio que, como ele próprio dizia, quando estava no seu estado normal lhe escorria música pelos dedos.

 

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Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


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