O Green New Deal entrou em cena nos EUA nos últimos meses com uma intensidade raramente vista.
Alimentado por jovens activistas e pela onda de democratas recém-eleitos, esse movimento poderá ser um factor importante para a eleição federal de 2020.
O Green New Deal tem como objectivo abordar duas das questões mais urgentes do país: as mudanças climáticas e a crescente desigualdade nos rendimentos. Embora os dois possam parecer não relacionados, é importante que qualquer programa nacional de estímulo à economia impulsione o tipo certo de economia que não piore a poluição do ar e da água. Normalmente são as populações mais vulneráveis que mais sofrem com a poluição. No entanto, as oportunidades apresentadas pela renovação e “verdificação” da infraestrutura pode contribuir para a justiça económica.
A congressista Alexandria Ocasio-Cortez, uma das apoiantes mais proeminentes do acordo, elaborou propostas abrangentes para o país ser totalmente alimentado por fontes de energia não-fosseis dentro de uma década. O plano actualiza a rede de energia e investe em tecnologias verdes, eficiência energética e redução e captura de gases de efeito estufa.
E como a manufactura, o transporte e a agricultura serão descarbonizados, o Plano também propõe oferecer a todos os americanos a oportunidade, o treinamento e a educação de ser um participante pleno e igual na transição para a energia limpa: como trabalhador, empresário ou membro de uma cooperativa.
Quanto à forma como isso aconteceria, Ocasio-Cortez defende a criação de uma Comissão Selectiva bipartidária para elaborar a legislação, apresentá-la ao Congresso e finalizar em Março de 2020. É notável que ninguém na comissão especial possa receber doações da indústria de petróleo e gás para evitar a aparência de conflitos de interesse. A pesquisa de opinião pública evidencia apoio bipartidário para um programa de empregos verdes.