Os trabalhadores das empresas de segurança nos aeroportos, Prosegur e Securitas, iniciam esta quinta-feira uma greve parcial que se prolonga até segunda-feira, dia 17 de Abril. Além da paralisação de duas horas diárias, no início dos turnos, estão agendadas concentrações nos aeroportos de Lisboa, Porto, Funchal e Porto Santo.
A ANA, gestora dos aeroportos de Portugal, já alertou para os efeitos esperados com o protesto dos vigilantes e seguranças privados, recomendando aos passageiros que façam o despacho de bagagem no check-in “para reduzir o número de peças a rastrear no controlo de bagagem de mão.”
A greve dos Assistentes de Portos e Aeroportos (Apa’s) foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sitava), que acusa as empresas Vinci, Prosegur e Securitas de quererem manter os seus trabalhadores na precariedade, em condições de trabalho degradadas e de não aceitarem rever os salários congelados desde 2011.
Para o Sitava, aquelas multinacionais:
continuam a facturar milhões e milhões com os constantes aumentos de passageiros, no entanto, estes trabalhadores vivem numa situação cada vez mais precária, o que não se coaduna com as suas funções e responsabilidades, mais ainda num tempo em que o terrorismo passou a fazer parte do nosso quotidiano”.
“A insistência em regimes de organização de tempos de trabalho desadequados, colocando em causa a própria segurança aeroportuária ao diminuir exponencialmente os níveis de concentração necessários para o exercício de importantes funções”, é outra das razões da greve dos assistentes que asseguram o raio-x da bagagem de mão, e o controlo de passageiros e funcionários aeroportuários.
Em comunicado, o sindicato recorda que os Apas’s “realizaram uma das maiores greves de sempre nos aeroportos nacionais” a 27 de Agosto do ano passado, “fruto do não reconhecimento da importância destes trabalhadores e dos cerca de 40 milhões de passageiros”.
Depois de ter desconvocado uma greve de três dias em Dezembro, após “um conjunto de compromissos assumidos”, segundo o sindicato, “chegou o momento de voltar à luta” porque depois de sete meses de negociação e três com acompanhamento do Governo, “as empresas mantêm a sua postura e intenção de precarizar eternamente estes trabalhadores”.
“Os trabalhadores têm demonstrado ao longo dos tempos a sua boa-fé negocial, mas tudo tem um limite e não é mais tolerável que, num sector que tem crescido a olhos vistos de ano para ano, não sejam os APA´s minimamente reconhecidos pelo seu esforço, vendo as suas condições degradarem-se de dia para dia”, conclui.
A Associação de Empresas de Segurança (AES), presidida pelo advogado Rogério Alves, contesta as acusações de que é alvo e já em Dezembro passado garantia que se “empenhou de forma séria e comprometida, na negociação”. “O Sitava manteve as propostas que acarretariam custos incomportáveis para as empresas, colocando em causa a sustentabilidade do emprego de mais de 1500 vigilantes aeroportuários. Um incremento de custo de mais de 35% em 2 anos não é viável para qualquer entidade empregadora, nem para os seus clientes, e não constitui uma posição razoável para promover um entendimento”, referiu em comunicado.
Crédito: imagem – ANA