A toda esta gente aqui representada lhe foi atribuída uma tarefa aquando da remodelação do café onde todos se encontravam diariamente. Coube a Columbano o retrato colectivo, que lá se manteria até 1945.
Naturalmente que não foi exclusivamente pela amizade que sentissem pelo dono, mas porque era uma maneira pública de dar a conhecer uma corrente nova na pintura portuguesa, o Naturalismo.
Da esquerda para a direita podemos identificar José Malhoa de cigarro na mão. Moura Girão (pintor), de barba, olha-nos fixamente.
Ribeiro Cristino (pintor) encontra-se de pé, à esquerda, ladeando João Vaz (pintor) que está antes de Alberto Oliveira (editor e publicista) que mostra uma revista a Silva Porto (pintor), grande dinamizador da tertúlia.
Seguem-se António Ramalho (pintor), o empregado que os servia, de nome António Fidalgo e Rafael Bordalo Pinheiro (aguarelista, decorador, etc) e irmão de Columbano, que está auto-retratado mesmo por trás, de cartola e lunetas.
A seguir é o proprietário do café, António Monteiro e já pouco visível Cipriano Martins (pintor). Nos topos da mesa estão Rodrigues Vieira (escultor e pintor) à direita e no lado oposto, Henrique Pinto (pintor).
Há, do ponto de vista da referência temática de grupo, uma natural evocação da “Última Ceia”, não sendo de desprezar a inclusão das duas colunas de efeito marmóreo. Mas talvez o mais interessante desta obra, seja, com a sua uniformidade cromática (evidente), a diversidade tão aprofundada dos retratos individuais.