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Domingo, Novembro 3, 2024

Guardas fronteiriços Turcos atiram a matar sobre refugiados

guardas turcos

Dezasseis refugiados foram assassinados pelos guardas-fronteiriços turcos nos últimos quatro meses, ao tentar passar a fronteira da Síria para a Turquia, revela o jornal britânico Times. Entre esses refugiados, contavam-se três crianças sírias, que fugiam da guerra civil no seu país, acrescenta a agência noticiosa Reuters.

Os dados são do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma Organização Não-Governamental que monitoriza o respeito pelos direitos humanos no conflito na Síria. O observatório detalha como um homem e o seu filho menor foram assassinados em Ras al-Ain, na zona Este da fronteira entre a Síria e a Turquia, a 6 de Fevereiro.

Dois outros refugiados foram mortos em Guvveci, na parte Oeste da fronteira, a 5 de Março, avança o Times.

 

Ataques começaram em Dezembro, na sequência da pressão da União Europeia

No entanto, um oficial da Polícia Síria Livre, apoiada pelo Reino Unido, adiantou ao Times que esses números são bastante mais elevados. Um traficante sírio na Turquia garantiu àquele jornal que os números relevados pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos estavam ainda muito abaixo da realidade.

Segundo o traficante, os refugiados que atravessarem a fronteira serão «mortos ou capturados». De acordo com a mesma fonte, os «soldados turcos costumavam ajudar os refugiados a atravessar, carregando inclusive as suas malas, mas agora disparam sobre eles».

aj-31032016-1Os mais afortunados, acrescenta o traficante, que recusou identificar-se, são os que caem do lado turco da fronteira depois de serem abatidos, pois são levados para um hospital turco para tratamento e podem ficar no país. Esta prática terá começado em Dezembro, na sequência das pressões dos países ocidentais para a Turquia ajudar no controlo do movimento de migrantes para a União Europeia.

Estas mortes vêm colocar ainda mais dúvidas ao acordo firmado entre a Turquia e a União Europeia para os refugiados, há menos de duas semanas. Recorde-se que este acordo classifica a Turquia como um «terceiro país seguro», o que significa que os migrantes na Europa podem ser deportados para aquele país.

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