Arlindo Marques, guardião do Tejo, desde 2015 que alerta para a poluição que começou a observar no rio que acompanha a sua vida. A última denúncia é recente, e fê-la, como todas as outras, com registo de vídeo e divulgação nas redes sociais. Descargas poluidoras cobriram as águas do Tejo com espuma tóxica.A Celtejo exige uma indemnização de 250.000 euros. Incomportável para o comum dos cidadãos que vive do seu salário.
Foi aberto um crowdfunding. Mas o prazo aproxima-se do fim e as doações feitas até agora não chegam nem sequer a metade da verba necessária para se defender.
Este país não é para gente séria. A Celtejo tem imenso dinheiro, defendida por bons advogados, intimida e faz pressão a um pigmeu a nível monetário, mas um gigante nesta nobre causa que defende toda a gente que vive nas margens do Tejo.
Quem está ofendido são todos os portugueses que lutam por ter um bom ambiente e um Tejo limpo.
Nesta causa todos os portugueses deveriam ajudar à defesa de Arlindo Marques, via Estado Português com os nossos impostos. Não chega ter boas testemunhas como o juiz Carlos Alexandre, é preciso “money”, a palavra que comanda a vida infelizmente. Os valores, a ética, o respeito pelos outros, a legalidade não contam para nada.
Toda a gente viu as imagens na televisão e, quem vive perto da zona a olhos vistos, a forte poluição e não foi obra e graça do Espirito Santo!
Felizmente houve um volte-face! Já há mais provas que devem ser analisadas pelo Ministério Público. O Ministério do Ambiente confirmou que, a Celtejo fez descargas ilegais durante dois anos. Deste modo, estão reunidas as condições para que o Ministério accione a caução de 150 mil euros para danos ambientais prevista na licença de utilização de recursos hídricos da empresa. Todavia essa quantia é irrisória e insuficiente.
O Estado português vai gastar 1,2 milhões de euros para retirar os resíduos orgânicos que estão depositados no fundo da Albufeira do Fratel, que causam danos ambientais.
Esperemos que o processo contra Arlindo Marques, depois disto, seja arquivado e a limpeza do Tejo seja paga na íntegra pela Celtejo e que não sobre para os contribuintes. As provas estão à vista e quem é responsável pela poluição do Tejo, um rio que é de todos nós.
A cidadania pública tem que se sobrepor aos valores da economia e dos interesses privados.
O Governo e o P.R. devem tomar uma posição. Neste diferendo não pode vencer o mal e quem tem dinheiro, mas o bem e quem tem valores, para bem do rio Tejo.