Diário
Director

Independente
João de Sousa

Domingo, Novembro 3, 2024

Guilhotina ou forca?

Entre abraços empáticos e despedidas chorosas, assim tem sido o dia dia de muitas pessoas, fracassos coroados de dívidas, são arrastados pela correnteza e despejados na rua da amargura, a subida dos preços tatua o desespero com uma forte vontade de desistir…

Desistir de tudo, mas como desistir se está mesma chuva que inunda o quintal é a mesma que rega hectares de esperança onde germina a superação?

A alegria de viver começa aos quarenta, pois é aí onde se descobre o retrocesso, e a necessidade de viver intensamente nos torna “maduros”. A cada dia que passa vamos “colhendo” os frutos, flores e lenhas de toda uma lavoura, noras, genros e netos… E com alguma sorte um filho.

Para muitos a reforma é um momento de usufruir todo lucro adquirimos durante a vida efectiva…e para outros complicações remendadas em leis remediadas que beneficiam o estado, trucidando o cidadão que amealhou anos de dedicação.

Impostos, e prestações de crédito são arrancadas de bolsos esburacados. A opressão abraça a razão, mascarada de solução, e como um remédio para tensão acalma as emoções, e a vida segue cobrando cada tostão, a vaidade é pintada com a submissão que impõe a dependência.

Quem e quem???

Já ninguém quer saber…p’ra quê??? Aqui salva-se quem puder…e venha o que vier vamos enfrentar, não se sabe como, mas vamos lutar.

Há uma forte necessidade de dar mais dignidade às pessoas, em vários países a reforma vem em forma de carrasco, com a opção forca ou guilhotina. E algumas pessoas anteciparam as pensões, desfalcando as reservas do país, este país que também é nosso. Uns colhem e outros são colhidos, consumidos pelo frio, e pelo desgosto. Este pobre país, que incuba a miséria em diplomas regados de arrogância e ganância, encontrou consolo nos abraços do seu colonizador que o abraça, para calmar a fome e pede para que sorria para uma foto, nunca um raio x, apenas o superficial nunca o fundo da questão para radiografar o estado desta nação.


A autora escreve em PT Angola


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