Guitarrista dos Chicago limpava uma pistola, que pensava estar descarregada
Faz hoje precisamente 38 anos que o notável guitarrista e cantor da banda Chicago, Terry Kath, perdeu a vida, matando-se a si próprio acidentalmente. O músico estava a limpar a sua pistola – uma 9mm semiautomática — e encostou-a à cabeça, afirmando que “não se preocupem, não está carregada!”, mas carregou no gatilho e… caiu morto. Afinal, a arma tinha mesmo uma (fatal) bala. Dado o carácter brincalhão, extrovertido, deste inspirado guitarrista habituado a viver no fio da navalha constou então que Terry Kath tinha disparado sobre si próprio porque estaria a jogar “roleta russa”. Todavia, testemunhas negaram por completo esta hipótese.
Nascido a 31 de Janeiro de 1946, em Chicago, Terry Kath morreu com apenas 31 anos, pondo assim termo a uma carreira de sucesso, que lhe conferia mesmo o estatuto de um dos melhores e mais admirados guitarristas da cena rock internacional. Nascido numa família de músicos, o jovem Terry cedo começou a cruzar-se com os palcos. Em 1968 funda os Chicago Transit Authority (mais tarde, simplesmente Chicago) e, em 1969, a banda lança um sensacional álbum duplo de estreia, titulado com o nome do grupo.
E o som dos Chicago surpreendia pela sua notável inovação sonora, misturando os ácidos “riffs” da guitarra eléctrica de Terry Kath, com uma secção de metais e uma fortíssima batida de baixo e bateria. Um som diferente, mais elaborado, bebendo na raiz dos blues de Chicago, mas temperado de jazz, de música latina, mas, ao mesmo tempo, claramente rock! Então a crítica não escondeu os aplausos a este novo projecto, que classificaram como a “primeira big-band de rock”. A coisa fez escola, surgindo novas bandas inspiradas no som dos Chicago, como os notáveis Blood Sweat & Tears e os britânicos “If”, entre outras.
“Chicago Transit Authority” continua a ser o mais marcante álbum do grupo – uma maravilha em formato duplo, onde surgem verdadeiras pérolas sonoras como “Questions 67 and 68”, “Poem 58” e “I’m a Man” (ver vídeo). Para além deste soberbo duplo LP, os Chicago iriam prosseguir com a edição de um punhado de excelentes discos, de que são exemplo os álbuns Chicago – I e II, de 1970/71, e “ChicagoVI”, de 1974. A banda manteve-se em actividade depois da morte de Terry Kath. O seu último LP de originais “Chicago XXX” data de 2006.