Cada produção é exemplo do que se pode entender por Cultura Visual, e neste caso que escolho, de uma ópera de Purcell (1659-1695) composta a partir de uma célebre obra de Shakespeare, Sonho de uma Noite de Verão.
O Festival de Glyndebourne tem sido em Inglaterra o que mais novidade apresenta no tratamento de matérias clássicas, como a ópera, entre outras.
As encenações são originais e inspiradoras de um gosto actualizado mas nem por isso menos fiel à substância do texto e da sua lição.
Cada produção é exemplo do que se pode entender por Cultura Visual, e neste caso que escolho, de uma ópera de Purcell (1659-1695) composta a partir de uma célebre obra de Shakespeare, Sonho de uma Noite de Verão (mas que devia ser traduzida como Sonho de uma Noite de São João, para ser mais fiel) fica bem patente como o palco é suporte visual da “lição” que o texto comporta.
Acresce, para o prazer de quem vê, o prazer de quem ouve: o elemento musical não é despiciendo, acrescenta e eleva a dimensão da Obra a novos patamares de entendimento e emoção.
Para a discussão da peça de Shakespeare, uma obra-prima carregada de sentidos subliminares, lidando com símbolos profundos da nossa psique, sugiro a leitura do meu livro TEATRO E SOCIEDADE (ed. Lusófona).
Para o prazer da ópera sugiro o dvd ed. CHOC de Classica, do Festival referido.
Com atenção especial à encenação.
Deste ponto de vista, e porque o gosto varia conforme a época e a moda, será ainda interessante ver outras produções, anteriores e recuperando uma certa fidelidade ao que seria o gosto do Barroco.
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