Em 2006 é lançado um álbum duplo retrospetivo, denominado “The Essential Herbie Hancock”.
Ainda nesse grava com Josh Groban e Lionel Loueke, participando nos discos destes músicos. No ano seguinte, Herbie presta homenagem à cantora e compositora Joni Mitchell, sua amiga, no álbum “River: The Joni Letters”, no qual participam Leonard Cohen, Tina Turner, Norah Jones e Corinne Bailey Rae. O álbum foi lançado em 25 de setembro de 2007 e ganhou dois Grammys em 2008: o de melhor álbum do ano e o de melhor álbum de jazz.
Em 18 de janeiro de 2009, Hancock participou no concerto We Are One, que marcou o início das comemorações do presidente Barack Obama. Ainda nesse ano apresentou Rhapsody in Blue no Classical BRIT Awards, com o pianista clássico Lang Lang, e foi nomeado diretor criativo de jazz da Filarmónica de Los Angeles para o triénio 2010-12.
Em junho de 2010, Herbie lança “The Imagine Project”, um álbum gravado em diversos locais com a participação de artistas como The Chieftains, Wayne Shorter, Chaka Khan, Seal, Toumani Diabaté, Tinariwen, Los Lobos, Jeff Beck, Pink, John Legend, Dave Matthews, James Morrison e Anoushka Shankar, entre outros. Uma equipa de mais de 100 pessoas, entre músicos e técnicos, tornaram possível este grandioso projeto, que incluiu temas de John Lennon, Bob Dylan, Vinicius de Moraes, Peter Gabriel, Bob Marley e Sam Cooke, entre outros.
Este foi o último disco editado por Herbie Hancock até ao momento. Herbie tem desde 2018 um novo disco em preparação, que deverá contar com uma ampla variedade de artistas de jazz e hip-hop, incluindo Wayne Shorter, Kendrick Lamar, Kamasi Washington, Thundercat, Flying Lotus, Lionel Loueke, Zakir Hussein e Snoop Dogg.
Com 120 discos gravados em nome próprio, entre álbuns de estúdio e ao vivo, bandas sonoras e compilações, e com mais de 150 participações em discos de outros músicos, Herbie Hancock é um verdadeiro ícone da música moderna. Participa no elenco de 17 filmes (6 deles concertos ao vivo) e publicou com Lisa Dickey em 2014 o livro de memórias “Possibilities”. Possui mais de trinta prémios e reconhecimentos, incluindo um Óscar da Academia, 14 Grammy, o prémio da Academia Americana de Artes e Ciências e o grau de Oficial da Ordem de Artes e Letras francesa.
Budista desde 1972, Herbie vai já na sua quinta década como músico profissional e permanece onde sempre esteve: na vanguarda da música, da cultura, das artes e da tecnologia. Continua a trabalhar arduamente e, para o primeiro semestre de 2019, tem já oito concertos agendados (e esgotados) em diversas salas norte-americanas. Sendo o futuro sempre incerto, parece-nos seguro dizer que Herbie Hancock continuará a deixar a sua inimitável marca na música moderna ou, como ele próprio diz, “gosto de criar novas regras para as quebrar logo a seguir”.
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Fotos: Lionel Flusin / Montreux Jazz – Herbie Hancock
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90