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Terça-feira, Dezembro 24, 2024

I ching e decisão estratégica

Paulo Vieira de Castro
Paulo Vieira de Castrohttp://www.paulovieiradecastro.pt
Autor na área do bem-estar nos negócios, práticas educativas e terapêuticas. Diretor do departamento de bem-estar nas organizações do I-ACT - Institute of Applied Consciousness Technologies (USA).

No Oriente é frequente ouvir justificar uma importante decisão pessoal com a voz interior. Entre nós é difícil passar esta ideia de “abençoado impulso”. No ocidente a inteligência, a lógica, sobrepõem-se à intuição.Com isso criamos a ideia ilusória de controlar a nossa vida, interferindo, deste modo, no mundo que nos rodeia. Ou seja, da intenção consciente resultam as nossas escolhas. Contudo, todos sabemos que na prática não é assim tão simples.

Por outro lado, poucos são os que pretendem desenvolver a intuição como rede de apoio à decisão estratégica. Isto como processo criativo activo de suporte ao intelecto, ao que Jung acrescentaria, afectando o seu objecto quanto se alimentando dele.

Na China existem práticas sociais milenares que ajudam ao desenvolvimento da intuição. Jogos como o Go ou a leitura do oráculo através do I Ching são ancestrais formas de treinar a intuição.

Jung considera o pensamento ligado ao intelecto, aquele que orienta, por exemplo, as decisões de um engenheiro face a um problema tecnológico. Os sentimentos, os afectos, apelam a decisões com base num sistema de valores intrínsecos. Finalmente, a intuição olha para o problema de forma holística, como um todo. Francis Cholle resumiu tudo isto afirmando que “ a sensação vê a árvore e não a floresta a que ela pertence, ao passo que a intuição vê a floresta com o risco de passar ao lado da árvore”. Haverá, então, necessidade de balancear estas duas visões. Para isso teremos que as treinar no dia a dia.

Também, qualquer jogo de estratégia a dois, ou mais (tabuleiro ou computador), poderá ser estruturante para o pretendido efeito.

Nas organizações o bem-estar vem, grandemente, através da comunicação não explícita, permitindo, ainda, a criatividade, elevando o nível de inovação da equipa.

Certo é que a ligação mais eficaz entre as pessoas é implícita. Lembro que a cultura de uma família ou de uma organização é maioritariamente reflexo da escuta interior e da comunicação não verbal. Por que seria diferente nas relações profissionais?

As opiniões expressas nos artigos de Opinião apenas vinculam os respectivos autores.

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