Único em Portugal, o evento é promovido pela Lombo do Ferreiro, uma oficina de cutelaria artesanal de Relvas, região onde existe uma longa tradição desta arte que emprega centenas de pessoas.
“Há aqui um nicho de mercado que é muito importante ser explorado pelas Caldas da Rainha”, explicou Filipa Norte, da Lombo Ferreiro, durante a apresentação pública do evento. A responsável destacou ainda a importância do apoio da autarquia e das Juntas de Freguesias para a realização da Feira.
Além da divulgação da cutelaria, o evento está também a dinamizar o turismo local. Segundo a responsável, as unidades hoteleiras das Caldas têm tido procura por parte de alguns participantes que aproveitam a vinda à Feira para trazer a família e conhecer a região.
Por sua vez, Hugo Oliveira, vice-presidente da Câmara das Caldas, destacou o empenho da Lombo Ferreiro na divulgação “de um dos activos do concelho” e anunciou que está a ser constituída uma associação de cutelaria que irá envolver as freguesias de Santa Catarina e Benedita.
“Esta Feira tem uma importância muito grande, pela sua ligação à cutelaria artesanal e por também chamar a si a componente industrial, com os convites às fábricas de ambas as freguesias”, afirmou Hugo Oliveira, acrescentando que este será mais um incentivo para o crescimento da cutelaria artesanal na região e no país.
A 1ª edição da Feira Internacional de Cutelaria Artesanal, com entrada gratuita, é também uma oportunidade para o público em geral apreciar peças únicas de cutelaria, bem como participar em ateliers onde serão vendidos pequenos “kits” para que qualquer pessoa possa montar a sua própria navalha em 20 minutos.
Das ferramentas para a agricultura às cozinhas dos restaurantes de luxo
“Em tempos, todos os homens traziam um canivete no bolso e não saiam de casa sem ele. O meu bisavô e avô vinham para o mercado das Caldas vender as suas navalhas, que eram peças com muito valor e difíceis de fazer”.
Quem o diz é Carlos Norte, cuteleiro da Lombo do Ferreiro que lembrou a importância desta arte, a partir dos instrumentos que eram forjados para a agricultura. Actualmente, são os chefs mundiais que querem levar para os seus restaurantes peças de valor acrescentado.
Exemplo disso são as Rocks Knives, um projecto do chef Nuno Mendes (que lidera a cozinha do famoso restaurante ‘Chiltern Fire House’, em Londes), e do director das Edições do Gosto, Paulo Amado, que são produzidas, precisamente, por Carlos Norte.
Também na Lombo do Ferreiro são forjadas as facas para o restaurante ‘Norma’, em Copenhaga, considerado o melhor restaurante do mundo pelo “World’s 50 Best”.