“Tem-se registado um recuo dramático, o fosso entre sexos está no nível mais elevado desde 2008, nomeadamente nos desequílibrios crónicos de salário e níveis de actividade”. O estudo envolve 144 países e a classificação baseou-se no nível de educação, saúde, oportunidades económicas e emancipação política.
Em 95 dos 144 países objecto do estudo, “a proporção de mulheres em universidades é igual – ou mesmo superior – à dos homens.” Os países nórdicos, – Islândia, Finlândia, Noruega e Suécia – mantêm-se nos primeiros 4 lugares, seguidos do Ruanda.
A França está entre os que mais reduziram a desigualdade em matéria de educação e saúde e ocupa a 17° lugar em termos de colocação de mulheres no seu território. No entanto, a situação é grave quanto à igualdade política – existem apenas 91 mulheres entre os 348 Senadores e 150 entre os 577 eleitos para a Assembleia – e, tal como a nível mundial, no que respeita a diferença de salários para o mesmo trabalho, a França ocupa o 134º lugar.
Entre os 144 países do ranking, Portugal situa-se na 31º posição, mas desce nos índices de participação e oportunidade económica (46º), formação académica (63º), saúde e sobrevivência (76º) e empoderamento político (36º).
O Forum regista que, “à escala mundial, as mulheres ganham, em média, pouco mais de metade do salário dos homens, apesar de trabalharem mais horas, remuneradas ou não”. Segundo o relatório, as mulheres trabalham 405 minutos por dia contra os 346 dos homens.
O relatório destaca ainda “o problema crónico dos níveis de estagnação de actividade”, com uma média de 54 % mulheres activas contra 81 % homens activos, a nível mundial”. O Forum sublinha: “O número de mulheres que ocupam cargos de alta responsabilidade continua muito fraco. À escala mundial, apenas quatro países têm o número equivalente de ambos os sexos em cargos de legislador, quadro superior e director.”
De acordo com as projecções da Fundação, não deixará de haver desigualdade económica entre homens e mulheres nos próximos 170 anos, contra os 118 anos previstos em 2015. “A lentidão do processo de transição para a paridade de sexos, em especial na esfera económica, representa um risco importante porque muitos cargos ocupados maioritariamente por mulheres arriscam-se a ser, proporcionalmente, os mais atingidos pela quarta revolução industrial, a revolução digital”.