Falamos do já em funcionamento Templo Ecuménico – espírito, alma, fraternidade, que aguarda a compreensão da Câmara Municipal e da EDP para concluir alguns detalhes.
A obra completa uma tríade de locais de interesse público (com um Parque Biológico – corpo, vida, qualidade – e um Espaço da Mente – cérebro, inteligência e liberdade) desenvolvidos pela ação inédita da fundação ADFP, Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional.
Tivemos a honra de receber o convite para a inauguração do Templo e, com larga assistência de convidados, conhecer um espaço que deseja acolher, na serra da Lousã, em Miranda do Corvo, aqueles que, dotados ou não de uma crença religiosa, procurem um local de acolhimento para as suas interrogações de índole espiritual ou mesmo intelectual.
No respeita à solidariedade e ao apoio social efetivo, a ADFP possui um longo historial, pois apoia crianças, jovens e adultos (também idosos) de ambos os sexos, com valências destinadas a pessoas com deficiência mental, sem abrigo, mulheres grávidas e/ou com filhos carenciadas de apoio, vítimas de violência, imigrantes, minorias étnicas e unidades de cuidados de saúde.
A ADFP aposta ainda no convívio intrageracional e na integração de vários grupos sociais, com especial atenção para as pessoas vítimas de exclusão social e/ou carência económica. A ADFP promove a formação profissional e o apoio social aos mais carenciados e o combate à pobreza, sem esquecer o desenvolvimento regional, a criação de emprego e produção de riqueza.
O Templo Ecuménico Universalista
Talvez a importância da existência deste Templo esteja muito para lá das estruturas de crença que recebe, como uma casa aberta a todos – dos ateus aos mais arreigados à sua fé – sem exceção de credos. Simbolicamente, ele traduz a principal necessidade cultural dos tempos contemporâneos: o mundo é uma casa comum, os homem não devem distanciar-se por aquilo em que acreditam, todos devem saber partilhar de um mesmo espaço por mais que as ideias os afastem ou individualizem.
Na fase do mundo em que vivemos, só a ignorância explica a não aceitação. Muitos dos crentes – e dos não crentes . estão convencidos de que a sua via é única e a correta, esquecendo que só existimos no Outro.
Desfazendo equívocos: este Templo Universalista não é um espaço de oração, não a desprezando, mas de proximidade entre os homens, unidades diferentes com diversas experiências de vida, mas comuns nas suas semelhanças e por vezes nessas mesmas diferenças.
O Templo assenta num edifício com a forma de pirâmide, de cor ocre, com uma altura de 13,40 metros – dimensão igual à do Templo de Salomão construído no século XI aC., em Jerusalém.
Os cantos estão orientados para os quatro pontos cardeais: norte, sul, este e oeste. Tem uma única porta de entrada. Em cada face da pirâmide, em cima, há um “óculo” de vidro. No betão da fachada leem-se três palavras e três letras maiúsculas: Bondade (M), Moral (R) e Verdade (J). No Templo estão presentes símbolos das religiões abraâmicas, uma cronologia, e estão ainda presentes no interior e no exterior símbolos e informação relacionados com estruturas de crença universais.
O Templo, simbolicamente, foi inaugurado no dia 11 de Setembro, o dia evocativo do atentado às Torres Gémeas, do complexo de edifícios do World Trade Center, na região de Lower Manhattan, Nova Iorque (ocorrido em 2001).
O NINM –Estudos do Humanismo e de Reflexão para a Paz fez-se representar ao mais alto nível e saúda a iniciativa.
Este artigo respeita o AO90
