Instituições projetam grande crescimento econômico indiano, mas desafio é reduzir desigualdades
De acordo com projeções da ONU, a Índia deve alcançar os 1.425.775.850 habitantes nesta semana e se tornar o país mais populoso do mundo, superando a China.
A população chinesa teve uma queda de 850 mil habitantes no fim do ano passado devido a menor taxa de natalidade já registrada, ainda que também tenha registrado a menor taxa de mortalidade em 49 anos. Para especialistas, a população da China pode encolher em até 109 milhões de pessoas até 2050. Entre as ações apontadas para esta situação estão a política do filho único que vigorou em 1980 e 2015 e o maior planejamento familiar pelos chineses.
De modo contrário a Índia teve um acréscimo de 210 milhões de pessoas nos últimos doze anos, conforme as projeções – quase o tamanho da população brasileira.
No site World Population Review, a Índia já consta com mais habitantes do que a China.
Avanço indiano
Os cálculos são baseados em padrões demográficos trabalhados também pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial que indicam a Índia se posicionando para fazer frente nas disputas econômicas com Estados Unidos e China.
Em 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) indiano superou o de seus antigos colonizadores britânicos e colocou o país como a 5ª maior economia do mundo.
O país almeja alcançar o posto de terceira maior economia em 2029. Grandes empresas já transferiram suas plantas industriais para Índia, entre elas a Apple. Dados indicam que até o final da primeira metade do século 20% dos trabalhadores mundiais sejam indianos devido ao constante avanço industrial.
Junto à China, portanto, a economia do mundial será impulsionada em 2023 pelos dois países que representarão 50% do crescimento econômico global.
A Índia ainda deve colher os frutos por ter uma média de idade baixa de cerca de 28 anos, enquanto nos EUA é de 38 anos e na China de 39 anos. Com uma população, grande, crescente e jovem, as autoridades tem aproveitado para expandir o já rápido crescimento do polo industrial.
Neste cenário, empresas que saíram de países ocidentais tem cada vez mais optado pela Índia no pós-pandemia Covid-19, ao invés da China – que manteve um rígido controle de fronteiras durante o período de avanço da doença.
Apesar disso, os problemas sociais indianos persistem e o crescimento – de população e econômico – não escondem as desigualdades e problemas. O país ainda é um dos mais pobres do G-20 em números absolutos de renda per capita e possui um alto grau de economia informal, sem contar no baixo valor de mão de obra que é o principal atrativo para atração de empresas de outros países.
Além disso, a Índia ainda é uma país essencialmente agrícola e suas exportações só correspondem a 2% do volume internacional.
Outro ponto que chama a atenção é para guinada autocrática primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Ele está à frente do país desde 2014 e no período iniciou uma guinada nacionalista com cerceamento de liberdades individuais, concentração de poder, perseguição aos críticos e enfraquecimento do judiciário.
Para completar, a ONU revela que 415 milhões de pessoas nos últimos 15 anos saíram da “pobreza multidimensional” no país, apesar disso a concentração de renda é enorme: 10% possuem 77% da riqueza.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado