O Correio da Manhã de 10 de Junho publica um artigo sobre a nossa selecção.
Para além das usuais informações sobre os jogadores, elementos sobre a sua chegada a França dá conta das primeiras actuações policiais relativamente aos adeptos que furaram os cordões de segurança para chegarem aos seus ídolos.
São notícias que informam e são pedagógicas ao chamar a atenção para comportamentos proibidos, para a reacção das forças de segurança e para o endurecimento em situações futuras.
Publica ainda o croqui do hotel onde está a selecção e da sua zona circundante.
Fica-se a conhecer a planta do piso onde os jogadores estão alojados, planta da sala de refeições, dos WC, do jardim, da piscina etc.
Cereja em cima do bolo, identifica o quarto de cada um dos nossos jogadores.
Num Europeu rodeado de fortes medidas de segurança cabe perguntar:
– onde começa e acaba o dever de informação?
– onde começa e acaba a responsabilidade dum órgão de comunicação?
– onde começa e acaba o bom senso?
Parece-me uma grande irresponsabilidade e uma boa forma de minar a liberdade de informação a publicação deste croqui.
O jornal e o jornalista devem saber avaliar o valor da informação, o seu interesse para o leitor e as consequências daquilo que noticia.
É importante saber qual é o quarto do Ronaldo? É importante assinalar a sua localização? Para além de ser uma quebra grave de segurança, de potencialmente colocar em risco os nossos jogadores é dum “voyeurismo” gratuito.
Situação bem diferente a do treinador do Bayern de Munique que repreendeu o jogador David Alaba por ter mostrado nas redes sociais a piscina, a sala de reuniões dos atletas, spa, local do pequeno almoço e quartos do Hotel onde a equipa está alojada.
Porque terá sido?
Certamente porque a segurança, em tempos de ameaças terroristas é uma coisa importante.
Ou não será?