Certa vez, Buda encontrava-se pregando na cidade de Kausambi. Nessa cidade vivia um homem que o odiava e, transtornado por esse ressentimento, e usando subornos, induziu algumas pessoas malvadas para que divulgassem boatos malévolos a seu respeito.Como consequência, ficou muito difícil para os discípulos de Buda obterem naquela cidade alimentos suficientes através da mendicância, pois a população havia sido contaminada com as mentiras e abusos sobre Buda e os seus discípulos.
Ananda, um dos principais discípulos de Buda, disse ao seu Mestre: Seria melhor não ficarmos nesta cidade; há outras e melhores cidades para onde podemos ir; saiamos daqui.”
O Buda replicou: Suponhamos que a outra cidade seja como esta; que faremos então?”
Então iremos para outra” Disse Ananda.
O Iluminado Buda retrucou: Não, Ananda, assim nunca conseguiremos nosso intento. É melhor que permaneçamos aqui e suportemos pacientemente o abuso, as mentiras e as infâmias, até que se esgotem por si mesmas. Só então iremos para outro lugar.”
Continuando, Buda explicou: Há lucro e perda, difamação e honra, louvor e abuso, sofrimento e prazer neste mundo; os seres humanos que alcançam a Budicidade não são controlados pelas coisas externas, pois que elas desaparecem tão rapidamente como surgem.”
Esta passagem milenar budista, que consta nos escritos da mesma filosofia, ilustra bem como devemos proceder perante os intrigantes e os acusadores. Ninguém se lhes está a salvo. O intrigante e o acusador têm sempre que falar mal, julgando os outros por si, geram suspeitas infundadas, ao mesmo tempo que transferem os seus infelizes e pérfidos comportamentos naqueles que de uma forma ou de outra lhes caíram em desgraça. Possuem uma aptidão particular, e com mestria e engenho, sabem como dissimular, e não se atemorizam com os escândalos que advêm das suas intrigas e acusações, até os incentivando. Tão pouco se constrangem em se apresentar como se nada tivesse acontecido.
As pessoas de bem, amantes da verdade e da justiça, quando confrontadas com a perfídia e as urdiduras desses acusadores e intrigantes, sentem mal estar, e como respiram em faixas vibratórias contrárias às deles, acabam muitas vezes por sucumbir arrastados pela perturbação em que eles mesmos vivem e da qual se fazem portadores. Estão doentes, sem que o saibam.
Tanto quanto nos for possível, e se trazemos a consciências tranquila, aprendamos a saber como ignorá-los, silenciando, não permitindo que eles nos furtem a paz, influenciem as nossas decisões, ou nos arruínem as nossas vidas. Para isso, bastarão as deles, que mais cedo ou mais tarde, serão colhidos pelas inexoráveis Leis da evolução.
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