Investimento inicial e formas de financiamento

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Qualquer negócio antes de arrancar necessita de financiamento. Numa primeira fase o empreendedor deverá perceber qual será a parte de capitais próprios que irá investir no seu novo projeto. Apesar de existirem diversas fontes de financiamento alheias, quanto maior for a entrada de capitais próprios, maior será a probabilidade de conseguir capital alheio.Nesta fase vamos calcular qual o capital necessário de que precisamos de obter para por em prática o seu projeto. O ideal é a realização de uma lista com os custos que teremos pela frente.

Avaliação do capital necessário para inicio do negócio

Numa primeira fase, dependendo do tipo de negócio, temos de adquirir uma série de equipamentos, realizar obras de remodelação/adaptação de instalações, e outros que sejam necessários ao inicio da nossa atividade. A esta primeira fase do investimento chamamos Investimento Inicial.

O investimento inicial não se refere somente à aquisição de equipamento, remodelações, etc. Existe outro tipo de investimento que também teremos de efetuar. Estamos a falar do valor que será investido em stocks, o dinheiro investido em stocks só dará frutos quando realmente conseguirmos vender essa mercadoria, sendo assim na prática o tempo que vai desde o momento que pagamos a mercadoria ao fornecedor e o momento em que realizamos a venda, é como se estivermos o dinheiro parado nas prateleiras. O dinheiro para financiar este período que vai desde o pagamento da mercadoria ao fornecedor até ao recebimento da venda chamamos as necessidades de fundo de maneio[1]. Este valor também precisa de ser calculado, senão arriscamo-nos a ter a empresa criada, as instalações e equipamentos básicos preparados e não temos dinheiro para aguentar a empresa nos primeiros tempos.

Na segunda fase e com o negócio já em andamento. Para além dos custos variáveis associados à atividade há outro tipo de custos que teremos de suportar todos os meses, tais como: aluguer das instalações, luz, água, telefone, salários, consumíveis etc. São os chamados custos recorrente ou custos fixos[2].

 

Financiamento

Qualquer negócio antes de arrancar necessita de financiamento. Numa primeira fase o empreendedor deverá perceber qual será a parte de capitais próprios que irá investir no seu novo projeto. Apesar de existirem diversas fontes de financiamento alheias, quanto maior for a entrada de capitais próprios, maior será a probabilidade de conseguir capital alheio. Existem várias formas de financiar, quer o investimento que vai ter de realizar para o arranque da empresa, quer para a atividade empresarial no dia-a-dia.

Genericamente existem duas fontes de financiamento, financiamento interno e financiamento externo. No externo há a realçar o financiamento através de capitais alheios (créditos de fornecedores, empréstimos bancários, linhas de crédito, leasing[3] e factoring[4]), e através de capitais próprios (aumento de capital, business angels, capital de risco, e recurso ao mercado de capitais). Entre as internas destaca-se o autofinanciamento através da retenção dos lucros obtidos, da gestão mais eficiente dos ativos (fixos e circulantes) ou do controle de custos mais apertado.

 

Linhas protocoladas

As linhas de crédito protocoladas, permitem o acesso ao financiamento em condições mais vantajosas para as empresas, encontrando-se disponíveis em várias regiões do País.

 

Linhas próprias dos bancos

As linhas de crédito bancário têm 3 objetivos principais: apoiar o investimento e a capitalização das empresas (linhas de médio/longo prazo), apoiar as necessidades de fundo de maneio (linhas de curto prazo para apoio à tesouraria) e substituir os seus clientes no cumprimento de determinadas obrigações (linhas para garantias em avales bancários).

 

 

Capital de risco

O capital de risco é uma forma de capitalizar as empresas através da entrada no seu capital social, disponibilizando know-how técnico e de gestão que lhes permita alavancar o crescimento de forma sustentada e otimizar o seu posicionamento estratégico. É também uma das principais fontes de financiamento para startups[5] em investimentos de risco com elevado potencial de rentabilização. O capital de risco destaca-se pela análise detalhada dos projetos apresentados, do seu potencial de crescimento e da relação com o risco. Uma vez feita essa análise e aprovado o investimento, o capital de risco assume um interesse direto na sua valorização e crescimento. Comparada com outras formas de financiamento, o capital de risco é a única que assume o sucesso do negócio como o sucesso do seu próprio investimento.

 

Business Angels

Os business angels, são investidores individuais que realizam investimentos de forma profissional, diretamente ou através de sociedades veiculo[6], no capital de pequenas e médias empresas com elevado potencial de valorização. Além do investimento monetário, aportam também aos projetos empresariais, conhecimentos técnicos ou de gestão, bem como redes de contactos.

Basicamente os business angels cedem capital a empresas emergentes, com determinado grau de inovação, cuja dimensão é ainda pequena para atraírem capital de risco. Por outro lado, tendem assumir um papel de grande colaboração com o empresário, contribuindo com a sua experiencia.

Os business angels possuem uma série de características em comum, como sejam a realização de investimentos que normalmente variam entre €25mil e €500mil, gostam de exercer a sua capacidade mentoring[7] dos projetos, procuram não só um elevado retorno nos projetos em que investem, mas também novos desafios de preferência no seu país ou região.

 

Crowdfunding

O crowdfunding corresponde a uma forma de financiamento de entidades, ou das suas atividades e projetos, que permite pelo seu registo em plataformas eletrónicas acessíveis através da internet, angariar parcelas de investimento provenientes de um ou vários investidores individuais.

As 4 modalidades do crowdfunding são:

  1. O financiamento colaborativo através de um donativo, pelo qual a entidade financiada recebe um donativo, com ou sem a entrega de uma contrapartida não pecuniária;
  2. O financiamento colaborativo com recompensa, pelo qual a entidade financiada fica obrigada à prestação do produto/serviço financiado, em contrapartida pelo financiamento obtido;
  3. O financiamento colaborativo de capital, pelo qual a entidade financiada remunera o financiamento obtido através de uma participação no respetivo capital social, distribuição de dividendos ou partilha de lucros;
  4. O financiamento colaborativo por empréstimo, através do qual a entidade financiada remunera o financiamento obtido através do pagamento de juros fixados no momento da angariação.

 

Notas

[1] Definimos fundo de maneio como a capacidade de uma empresa assegurar a sua atividade, é o excedente dos ativos sobre os passivos a curo prazo. (Recuperado em 18 de Maio de 2017, de Fundo de maneio: Perceba a importância para a sua empresa)

[2] Definimos Custos fixos como sendo custos que não sofrem alteração independentemente do nível da atividade da empresa. Caso a empresa não produza os custos fixos mantém-se. (Recuperado em 18 de Maio de 2017, de Custos Fixos, Variáveis e Totais)

[3] Definimos leasing como um contrato através do qual a locadora adquire um bem escolhido pelo locatário, para em seguida aluga-lo a este último por um prazo determinado. Também conhecido por locação financeira. (Recuperado em 19 de Maio de 2017, de Leasing)

[4] Definimos factoring como um mecanismo financeiro, que é colocado à disposição das empresas com dificuldades de gestão de tesouraria, que consiste na aquisição de créditos de curto prazo (faturas) resultante do fornecimento de bens ou serviços. (Recuperado em 19 de Maio de 2017, de Factoring: o que é e como funciona)

[5] Definimos startups como sendo empresas emergentes, com espírito empreendedor, recém-criadas ainda em fase de desenvolvimento e pesquisa de mercados, normalmente assentes numa base tecnológica. (Recuperado em 18 de Maio de 2017, de O Mundo Das Startups)

[6] Definimos Sociedades veículo como sendo sociedades que são criadas unicamente para a realização dos investimentos. (Recuperado em 18 de Maio de 2017, de Business angel, entidade veículo ou sociedade de capital de risco)

[7] Definimos mentoring como uma ferramenta de desenvolvimento profissional, e consiste em uma pessoa experiente ajudar outra menos experiente, o mentor é um guia com vasta experiência profissional no campo de trabalho da pessoa que está sendo ajudada. (Recuperado em 19 de Maio de 2017, de Fundamentos básicos do coaching)

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Por opção do autor, este artigo respeita o AO90