“It’s Only Rock ‘N Roll” chegava ao topo
Em 1974, dez anos depois de terem editado o seu primeiro álbum, The Rolling Stones estavam num dos pontos mais altos da sua (interminável) carreira. Os “Stones” eram reis, imperadores, da cena rock mundial. Para trás, tinham deixado um caminho recheado de êxitos, desde os primeiros tempos, com o guitarrista Brian Jones (falecido a 3 de Julho de 1969), que pouco tempo antes da sua morte seria substituído pelo jovem prodígio dos blues, Mick Taylor.
Mas em 1974, Mick Taylor estava de saída da banda (Ron Wood entraria para o grupo, onde ainda se mantém) e participou pela última vez na gravação de mais um disco, que se tornaria num dos mais emblemáticos da banda – “It’s Only Rock ‘N Roll”.
Quando Mick Jagger grita que “I know it’s only rock ‘n roll but I like it” deixa o aviso para o que o disco encerra: um som puro e duro de rock, despretensioso, mas verdadeiro, a fazer puxar o pé para a dança. Um rock, aqui e ali com uma batida mais funky, claramente com o selo de uma produção “made in USA”, destinada a ser bombardeada nas estações de rádio FM. A banda que nascera com os blues, que fora rainha da pop inglesa, que passara pelo psicadelismo, queria agora apenas afirmar-se como a maior banda de rock ‘n rol do mundo. E diga-se: conseguiu o título em pleno.
A canção que dá título ao LP “It’s Only Rock ‘n Roll (but I like it)” foi inspirada em Ronnie Wood que, pouco tempo depois, se iria tornar no novo Rolling Stone. Mas ao todo, este 12º álbum da banda inclui dez temas, entre as quais as pérolas: “Ain’t Too Proud to Beg”, “Time Waits For No One”, “Dance Little Sister” e “Fingerprint File”.
Outro grande trunfo deste álbum, na sua edição original de vinyl, é a capa da autoria de Guy Peellaert, um pintor francês, que muitos consideram ser o “Miguel Angelo da Pop-art”. O LP que chegou a nº2 na lista dos mais vendidos no Reino Unido teve melhor sorte do outro lado do Atlântico. Faz hoje precisamente 41 anos que “It’s Only Rock ‘N Roll” chegava o topo do top norte-americano, tornando-se no quinto disco do The Rolling Stones a conseguir tal feito.