Disse um poeta, falando de si próprio, que nem sequer foi ouvido para o acto de que nasceu. Também eu. E, em consequência disso, nunca sou ouvido para a tomada de decisão de que vou envelhecendo. E os anos vão passando, coisa que festejamos.
Na última festa choveram beijos dados e enviados, parabéns a rodos e algumas prendas. De entre as missivas, uma me chegou via sms.
A surpresa levou-me a ir longe e a tentar conhecer a origem dos sorrisos. Li, vi imagens e reforcei a ideia que já tinha: há vulnerabilidades humanas que precisam dos nossos gestos.
Segundo a UNICEF o terremoto no Nepal, em Maio de 2015, afectou 1 milhão de crianças. A ajuda, pela imagem, revela que foi desfasada do que era necessário. Se ainda assim mantenho a confiança naquela instituição? Claro! Faz o mínimo e já é tanto. E, no terreno, limita os estragos e contraria horrores…
Vou continuar a ser amigo da UNICEF, até para poder dizer, sem mentira esquiva, quando for abordado pelas hordas assistencialistas da Isabel Jonet, “Já dei!”


Pena não saber dizer “obrigado”, em nepalês.
As opiniões expressas nos artigos de Opinião apenas vinculam os respectivos autores.