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João de Sousa

Sábado, Novembro 23, 2024

Jesus é esperado em Damasco

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Colaboração do Núcleo de Investigação Nelson Mandela – Estudos do Humanismo e de Reflexão para a Paz (integrado na área de Ciência das Religiões da U.L.H.T.)

As notícias sobre a Síria e o holocausto local, com destruição massiva, interesses internacionais pouco claros mas que logo se clarificam ao percebermos como o capitalismo faz as suas fortunas…

… somados à consagração de assassinos e à permanente veiculação de mentiras sucessivas em formato “noticioso”, tornam obscuras as tradições mais profundas e antigas – e as exaltações de cultura que alguns mantêm viva mas que parecem ser desconhecidas de muitos, quase todos os outros, ou ignoradas de forma afrontosa e desrespeitosa.  Mau grado a realidade, Jesus, o judeu palestiniano que mudou a História dos últimos dois mil anos – em que muitos acreditam e de quem muitos duvidam, até da sua existência – é esperado na Síria… há muitos anos.

Uma cidade que não tem, aparentemente, o interesse, a demora das principais notícias sobre a Síria é a de Damasco e, todavia, é a capital do país. Para os cristãos e para os muçulmanos, Damasco é muito mais do que uma simples capital política: é A Cidade. Por outras palavras, é a Cidade Escolhida. Damasco, com uma história de 5000 anos, é considerada a mais antiga cidade continuamente habitada do mundo.

Profecias de Damasco

As profecias são convergentes ao afirmarem que a segunda vinda de Jesus ao nosso mundo está ligada à cidade de Damasco, capital da Síria. É uma ideia consensual, entre os crentes.

A atualidade – a parcial destruição do País, as mortes em grande escala, os interesses internacionais no terreno têm motivado reflexões e sobretudos análises de textos muito antigos e com significado religioso.

Tomemos para exemplo o que está escrito na Bíblia. Procuremos Isaías 17:1, na passagem onde se lê:

“Eis que Damasco será destruída, e já não será a cidade, antes um montão de ruínas. As cidades de Aroer serão abandonadas; hão de ser para os rebanhos que se deitarão sem que alguém os espante”.

Para alguns leitores do texto, este seria um prenúncio do Armagedão, isto é, da “batalha final” entendido como o fim do mundo ou pelo menos como o fim dos tempos tal como os conhecemos.

Especula-se hoje (entre cristãos e muçulmanos cultos, dedicados à interpretação das Escrituras) se o atual conflito na Síria foi profetizado na Bíblia.

Alguns estudiosos acreditam que a profecia já se cumpriu em 732 a. C, quando os assírios destruíram a cidade. Mas nessa data, a profecia ficou incompleta: o regresso de Jesus não se terá dado, pelo que o “final dos tempos” ainda acontecerá, talvez daqui a pouco tempo.

Os cristãos são os seguidores de Jesus. E os muçulmanos aqueles que O respeitam como profeta e também acreditam no Seu regresso. O texto mencionado na Sura An-Nisa ( Sura é o nome dado a cada capítulo do Alcorão, o livro sagrado da religião islâmica que possui 114 suras que por sua vez estão subdivididas em versículos), diz:

“E não há ninguém do Povo do Livro, mas que certamente hão de crer em Jesus antes de sua morte. E no Dia da Ressurreição ele será uma testemunha contra eles”.

Abd Ibn Abbas, tio do profeta Maomé relata uma visão do profeta muçulmano:

“Na noite de minha ascensão aos céus, eu vi Moisés que era um homem alto de cabelos castanhos como se pertencesse a tribo de Shanawa, e eu vi Jesus, um homem de estatura mediana e complexão moderada inclinada para as cores vermelha e branca e de cabelo liso. Eu também vi Malik, o guardião do Inferno e o Dajjal entre os sinais que Allah me mostrou”.

Mais especificamente, os estudiosos muçulmanos citam um hadith (corpo de leis, lendas e histórias sobre a vida de Maomé, estas histórias que se chamam Suna em árabe) que fala sobre a ligação de Damasco com a segunda vinda de Jesus, o Livro de Sahih, 41, cuja Hadith 7015 diz:

“Allah enviará o Messias filho de Maria. Ele então descerá perto do minarete oriental branco de Damasco, vestido com dois mantos amarelos, apoiado nas asas de dois anjos.”

Note-se, finalmente, que existem duas escolas de pensamento dentro do Islão sobre profecias. Alguns muçulmanos entendem as profecias escritas no Alcorão e nas hadiths como literais, mas a maioria dos muçulmanos nunca vê as previsões proféticas no seu sentido literal.

Para muitos, nas duas religiões, a segunda vinda de Jesus representa a paz entre muçulmanos e cristãos, onde se estabelecerá um reino de paz e justiça sobre a terra.

 

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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