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Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Jornais perdem muitos leitores

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O negócio dos jornais não está fácil. A crise económica e popularidade cada vez maior da Internet levam a que o investimento publicitário – que continua a ser uma das suas principais fontes de receitas – tenha vindo a sofrer cortes substanciais ao longo dos anos.

Mas, ainda assim, o problema maior é a falta de leitores. O hábito de comprar um jornal logo pela manhã tem-se vindo a perder.

Uma boa forma de avaliar isso é olhar para os dados recolhidos pela Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT). Fazendo contas aos últimos números disponibilizados no seu site, relativos a Julho e Agosto, vemos que os principais jornais diários generalistas têm uma circulação diária (que envolve vendas em banca, assinaturas, promoções e outras formas de distribuição) de 228.817 exemplares. O líder destacado é o Correio da Manhã, com 119.511. Seguem-se o Jornal de Notícias (61.509) e o Público (31.342). O Diário de Notícias, outrora um dos jornais que mais leitores tinha, actualmente nem sequer chega à barreira dos 20 mil – fica-se pelos 16.455.

No final de 2007, antes da crise estourar, estes jornais tinham uma circulação total de 274.300 exemplares. Isso significa que, em oito anos e meio, passaram a ter menos 45.483 exemplares na rua, todos os dias. Com excepção do Correio da Manhã que, de acordo com estes dados, subiu quase dez por cento, todos os outros tiveram quebras de grande dimensão. Ao longo deste período, a circulação do Diário de Notícias caiu praticamente 50%; a do Jornal de Notícias 32% e a do Público 26%.

Uma tendência de perda à qual também não escaparam os desportivos. O Record e O Jogo (A Bola não é auditada pela APCT) passaram de 103.062 para 82.039 (-21%).

jornaisQuanto aos semanários, a quebra global é de mais de 60 mil exemplares (-18,5%), com o Sol à frente nas perdas, a passar de 46.384 para os 21.260 (-54%), enquanto que o Expresso passou de 119.123 para 98.525 (-17%). A Visão caiu 12% e a Sábado 4%.

À diminuição de exemplares destes jornais há ainda a juntar o puro e simples desaparecimento de muitos jornais ao longo deste período – A Capital, o 24 Horas, o Tal & Qual, o Semanário, entre muitos outros – para se avaliar a evolução negra que o sector teve e continua a ter.

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