A poucas horas de se saberem os resultados da Super Terça-Feira nos EUA, o site Democracy Now convidou Lee Fang, jornalista de investigação, para analisar a campanha de Hillary Clinton, a ex-primeira-dama que concorre para ser candidata à Casa Branca pelo Partido Democrata.
O jornalista é autor de “TV Pundits Praise Hillary Clinton On Air, Fail To Disclose Financial Ties to Her Campaign”, um trabalho de investigação onde aponta erros na cobertura mediática visando a candidata a ser a primeira mulher a ocupar a Sala Oval.
“Analisámos vários gurus de opinião no cabo e nos canais televisivos. São apresentados como especialistas neutros em campanhas, como conselheiros, e comentam a campanha presidencial; dizem que Hillary vai bem nos debates, que tem uma forte campanha e que está no caminho da vitória. Mas, em muitos casos, estes gurus têm ligações económicas com a campanha de Hillary, ou a trabalhar directamente para a campanha, ou pagos pelos financiadores”.
Lee Fang deu o exemplo de Stephanie Cutter, que elogiou a candidata em “Meet The Press”, um programa televisivo da NBC. Foi apresentada como uma ex-membro da campanha de Barack Obama e uma especialista em política, porém, ocultou-se o facto de ser a co-fundadora de uma empresa de consultoria contratada pela campanha de Clinton.
Outro exemplo foi o de Maria Cardona, uma das comentadoras da CNN, que elogiou Clinton de forma exaustiva na cadeia televisiva, mas não foi mencionada como sendo dona de uma firma de lobby com ligações económicas à campanha da ex-primeira-dama, nem que tinha expressado em público o seu apoio à candidata. Pelo contrário, Cardona foi apresentada como uma comentadora imparcial.