Em declarações à Cadena Ser na quinta-feira, sobre a venda de 400 bombas laser espanholas à Arábia Saudita o ministro de negócios estrangeiros, UE e cooperação, Josep Borrell afirmou que se trata de um “armamento de precisão”, guiado pelo laser, que “não produz efeitos colaterais atingindo o alvo com precisão extraordinária”.
A venda deste armamento estava prevista num contrato assinado por ambos os países em 2015, mas foi objecto de alguma preocupação por parte do governo espanhol após a morte de mais de duas dezenas de crianças quando a Arábia Saudita bombardeou uma viatura de transporte escolar.
Borrell tentou acalmar as preocupações levantadas pelos cidadãos espanhóis afirmando que este tipo de armamento era cirúrgico e apenas para “alvos difíceis”.
Esta venda esta incluída num pacote no qual também, se encontra a fabricação perto de Cadiz de cinco corvetas nos estaleiros navais de San Fernando (Cádiz) .
Segundo vários meios de comunicação social o governo saudita ameaçou cancelar o contrato de construção multimilionário de cinco corvetas nos o que resultaria não apenas numa venda abortada mas também poria em causa postos de trabalho.
Em Agosto passado após o bombardeamento do autocarro das crianças, o governo Espanhol apressou-se a assegurar num comunicado publico que:
Iremos rever os critérios com os quais as autorizações de exportação de armas são concedidas “para poder fazer um layout e garantir qual será seu uso”.
As armas de precisão vendidas não têm nenhum dispositivo ou mecanismo incorporado, nem nenhuma tipo de ligação a uma sistema que as impeça de matar inocentes, nem têm capacidades que lhes permitam decidir quem é inocente e quem “merece” ser morto, nem quais os edifícios que bombardeiam, como hospitais, escolas, postos de abastecimento de água.
Depreende-se pois que antes de qualquer ataque com estas armas agora vendidas o governo espanhol terá que ser informado pela Arábia Saudita para que saiba qual o “layout e garantir qual o seu uso”.
Lembramos a resposta de Albert Einstein à pergunta que tipo de armas seriam usadas na terceira guerra mundial, “Não sei, mas a quarta será lutada com pedras”.
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