Horst Köhler, que foi presidente da Alemanha por seis anos, deixou o seu cargo como enviado da ONU para o território do Sahara Ocidental. A sua saída por motivos de saúde deixa o conflito para resolver, uma disputa de décadas no limbo.
O ex-presidente alemão anunciou que deixaria o cargo na quarta-feira, dois anos depois de assumir o papel de enviado pessoal do Secretário Geral da ONU para o Sahara Ocidental. Köhler de 76 anos informou o secretário-geral da ONU, António Guterres, num telefonema, pode-se ler no comunicado da ONU.
O ex-presidente, Köhler encabeçou os esforços da ONU para acabar com o impasse de longa data entre Marrocos e a Frente Polisário.
Guterres agradeceu a Köhler pelos seus “esforços constantes e intensos que lançaram as bases para um novo impulso no processo político sobre a questão do Sahara Ocidental”, disse o comunicado.
Num comunicado publicado pela Frente Polisario, o legitimo representante do povo saharaui, afirma estar profundamente entristecido ao saber da renúncia do enviado pessoal do Secretário-Geral da ONU, o ex-presidente alemão Horst Köhler.
A Polisario realça e agradece os esforços do enviado pessoal, na busca de uma solução justa e duradoura que proporcionasse a autodeterminação do povo do Sahara Ocidental e o seu dinamismo para relançar o processo de paz da ONU no Sahara Ocidental.
Na declaração a Frente POLISARIO afirma que continua totalmente comprometida com o processo político liderado pela ONU e com a realização do direito inalienável do povo saharaui à autodeterminação e à independência. O movimento de libertação insta o Secretário-Geral da ONU a agilizar a nomeação. um novo Enviado Pessoal, que compartilha a forte convicção, estatura e determinação do Presidente Koehler e alerta que é imperativo que a saída do Enviado Pessoal não seja usada como desculpa para atrasar ou atrapalhar os progressos realizados desde a primeira mesa-redonda liderada pela ONU sobre o Sahara Ocidental, realizada em Dezembro de 2018.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros Marrocos publicou uma declaração em que diz ver com pesar a demissão do enviado pessoal do secretário-geral da ONU para o “sahara marroquino”.
Na declaração afirma mais uma vez que está disponível para resolver a disputa regional sobre o “Sahara marroquino”, mas que tem ser no âmbito da Iniciativa Autonomia.
A terminologia utilizada “Sahara marroquino” país ou região que não existe, como se pode verificar em todos os mapas oficiais da ONU e a imposição do plano de autonomia são claros indicadores da falta de disponibilidade de Marrocos para a realização de qualquer plesbicito.
A renúncia de Koehler vem depois de duas rondas de negociações que marcaram a primeira vez em seis anos que as partes se reuniram na mesa de negociações.
Marrocos, que invadiu e ocupou o território após a retirada da Espanha em 1975. Em 1991 Marrocos e Frente Polisario assinaram um acordo de cessar fogo que tem como base a realização de um referendo sobre a independência, mas cuja realização Marrocos tem boicotado exigindo a imposição de um plano de autonomia sem consulta do povo saharaui.
As recentes conversações envolveram Marrocos, Argélia, Mauritânia e a Frente Polisário.
Köhler foi o presidente alemão, chefe de Estado em grande parte cerimonial do país, de 2004 a 2010 e actuou como chefe do Fundo Monetário Internacional de 2000 a 2004.
Ele demitiu-se devido comentários que fez sobre a necessidade de países como a Alemanha, que dependem muito do comércio exterior, entenderem a importância de intervenções militares na defesa dos seus interesses. As palavras de Köhler foram amplamente interpretadas como relacionadas ao papel domesticamente impopular da Alemanha na força de combate liderada pela NATO no Afeganistão, algo que ele negou.
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