“Espiga de Ouro”
La Pazza Gioia
O filme italiano “La Pazza Gioia”/ (Loucas de alegría), de Paolo Virzì, foi o grande vencedor da 61ª Semana Internacional de Cine de Valladolid. Para além da “Espiga de Ouro” outorgada pelo júri ao melhor filme, viu as suas principais intérpretes, Valeria Bruni-Tedeschi e Micaela Ramazzotti receberem, ex aequo, a distinção destinada à melhor interpretação feminina. Na referência que fizemos a esta obra em texto anterior já tinhamos realçado a excelência do desempenho destas actrizes. “La Pazza Gioia” foi, ainda, o filme mais votado pelo público do Festival.
“Espiga de Prata”
El ciudadano ilustre
O argentino “El ciudadano ilustre”, de Mariano Cohn e Gastón Duprat foi outra das obras que obteve mais destaque no palmarés. Foi-lhe atribuída a “Espiga de Prata”, como que um segundo lugar da competição, e ainda o Prémio “Miguel Delibes” ao Melhor Guião, para Andrés Duprat.
Melhor Realizador
Mãe só há uma
A película brasileira “Mãe só há uma” obteve igualmente dois troféus do júri oficial: o de Melhor Realizador, para Anna Muylaert e o de Melhor Actor, para Naomi Nero. “Mãe só há uma” foi também o filme distinguido com a “Espiga Arco-Iris”, atribuída pela primeira vez na SEMINCI. Trata-se de um galardão destinado a premiar obras que abordem temas relacionados com a realidade LGBT e a sua atribuição foi efectuada por um júri específico (não pelo júri oficial).
Melhor Novo Realizador
Eshtebak
O Prémio “Pilar Miró” para o Melhor Novo Realizador recaiu no egípcio Mohamed Diab, autor de “Eshtebak”. Tivemos oportunidade, há alguns días, de referir como nos tinha impressionado o trabalho de realização deste filme, todo ele passado dentro de um furgão apinhado de pessoas com grandes conflitos entre elas. Estamos por isso totalmente de acordo com esta distinção. “Eshtebak” recebeu ainda o Prémio para a Melhor Direcção de Fotografía, para Ahmed Gabr. Curiosamente, o filme foi ainda distinguido com o Sociograph Award 2016 para a película mais emocionante da 61ª SEMINCI. Este galardão foi atribuído pelo segundo ano consecutivo e é uma iniciativa em que são monitorizadas as emoções de espectadores previamente selecionados.
Diploma FIPRESCI
O júri FIPRESCI, da crítica internacional, entregou o seu diploma a “Les Innocentes” (em Portugal, “Agnus Dei”) da francesa Anne Fontaine. Uma decisão que nos parece razoável.
Curtas metragens
Algo de muito importante na SEMINCI é o destaque dado às curtas metragens. A “Espiga de Ouro” desta secção foi atribuída, ex aequo, a “Il Silenzio”, de Farnoosh Samadi e Ali Asgari (Itália/França) e “Cheimaphobia”, do espanhol Daniel Sánchez Arévalo. A “Espiga de Prata” deste formato distinguiu o dinamarqués “How Long, Not Long” de Michelle Kranot e Uri Kranot, O Prémio para a Melhor Curta Metragem Europeia foi para “Fight On A Swedish Beach!!” (Luta numa Praia sueca), de Simón Vahlne.
Secções
Na secção “Punto de Encuentro”, o prémio foi para a longa metragem “Ne gledaj mi u pijat” (Deixa de olhar para o meu prato), primeira obra da realizadora croata Hana Jušić, enquanto a sua compatriota Kristina Kumric obteve o prémio para a Melhor Curta Metragem Estrangeira por “Po Covika” (Meio homem). O júri concedeu a “The App”, de Julián Merino, o prémio para a Melhor Curta Metragem Espanhola.
Entretanto o júri da secção “Tiempo de Historia” decidiu conceder, ex aequo, o primeiro prémio a “Gulîstan, Land of Roses”de Zayne Akyol, e “Shadow World”, do belga Johan Grimonprez. O segundo prémio recaiu em “Dancing Beethoven”, da espanhola Arantxa Aguirre.
Finalmente o júri da secção DOC España distinguiu “Frágil equilibrio”, de Guillermo García López, e atribuiu uma menção especial a “Sasha”, de Félix Colomer.
Fim
Chegou assim ao fim mais uma Semana Internacional de Cine de Valladolid com um palmarés que poderemos considerar equilibrado e globalmente aceitável. Enfim, gostaríamos de nele ver títulos como “Aquarius”, “Terra dos Deuses” ou “Maravilhosa Família de Tóquio”, por exemplo. Mas júri é júri, e as suas decisões são soberanas…