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Domingo, Setembro 1, 2024

Lamentos de um Cidadão

Carlos Narciso
Carlos Narciso
Jornalista

ar

 

O que eu quero dizer é que continuamos a viver para o dia de hoje e mantemos na incerteza o dia de amanhã. No futuro, os políticos não pensam, excepto quando se aproximam períodos eleitorais e desatam a perorar promessas que sabem não ir cumprir.

É verdade que o futuro alicerça-se hoje, mas na verdade nunca sabemos se as decisões de hoje vão ser respeitadas amanhã quando outro partido chegar ao poder por via do voto da desilusão que tem motivado a alternância partidária nos governos.

Isto acontece porque não há acordos de regime entre os partidos. E é assim que andamos sempre a experimentar sem nunca sedimentar o conhecimento e a experiência que permitam estabilidade nas políticas de ensino, na saúde, na assistência social, na política fiscal, na justiça, na economia.

A incompetência das políticas impede um combate eficaz ao desemprego, à descapitalização da economia, à dependência crónica do exterior.

Enquanto os partidos políticos teimarem em viver em permanente campanha eleitoral, denegrindo e desfazendo tudo o que os outros dizem ou fazem, não teremos nenhum tipo de estratégia nacional que ultrapasse clivagens ideológicas ou interesses de grupo.

Lamento que, até hoje, nenhum Presidente da República tenha desenvolvido acções no sentido de integrar os diferentes partidos em políticas comuns que visem o desenvolvimento do país. Lamento que os Presidentes da República nunca tenham sido visionários, nesse sentido de busca do bem comum. Lamento que nenhum deles tenha sentido necessidade de forçar à democratização do regime, nomeadamente no que respeita à lei eleitoral que nos leva a votar em listas partidárias e não nas pessoas em concreto. Lamento, por fim, que a classe política em geral não tenha sabido governar o Estado sem cair numa dívida pública impagável e que compromete não só o futuro dos nossos filhos e netos mas, também, a independência nacional.

Nota do Director

As opiniões expressas nos artigos de Opinião apenas vinculam os respectivos autores e não reflectem necessariamente os pontos de vista da Redacção ou do Jornal.

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