Devemos respeitar a opinião alheia sem nos apropriarmos dela.
As pessoas alimentam-se das suas convicções no dia-a-dia, polémica atrás de polémica, movendo-se num grupo homogéneo não saindo da ortodoxia do colectivo dentro do qual se sentem seguras
Todavia eu prefiro pensar no singular, apesar destes tempos serem confusos e complicados.
Há pessoas que têm pouca capacidade para aceitar o livre discurso e mostram grande intolerância A essência da democracia é o confronto de ideias e pensamentos incómodos, quiçá que nos repelem e nos obrigam a exercitar a nossa capacidade de dialéctica.
A democracia sem troca de ideias deixa de ser um lugar de debate para converter-se em algo parecido a uma casa onde se procura o bem-estar até que chega a opinião de alguém que não gostamos, fazemos tudo para a calar e evitamos que fale.
A liberdade de expressão é o primeiro mandamento da nossa convivência democrática.
A liberdade de expressão é o oxigénio das democracias. Parafraseando Augusto Branco, poeta e escritor brasileiro: Os políticos gostam do ideal de liberdade de expressão até o momento em que começam a ouvir aquilo que elas não gostariam que dissessem a respeito delas”.
Devemos e temos que ter a ousadia e a determinação de incomodar, chamando à atenção, fazer pensar quem nos lê, escuta e vê, ter uma visão diferente do poder instalado. É importante assinalar os abusos, cinismo, desfaçatez, as suas razões grotescas, por fim, exigir que nos prestem contas e que expliquem as suas decisões.
Sou a favor que os políticos prestem contas e expliquem as suas tomadas de posição.
Dialogar com um político empertigado é impossível. Se lhe perguntas algo sente-se questionado, se o críticas sente-se atacado, se argumentas enrosca-se, se sugeres um caminho e uma solução fica irritado e ataca-te.
Está consagrado na Constituição Portuguesa no seu artigo 37.º, que todos temos direito de exprimir e divulgar livremente o nosso pensamento pela palavra, imagem ou por qualquer outro meio. O exercício deste direito não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.
Todavia após, 44 anos de democracia, as coisas não são bem assim. É pena e é grave!
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