Poema inédito de Alice Coelho
Lisboa
Tem cheiro de Tejo com salpicos de sal e mar
Tem ninfas, deusas e varinas com pregões a soar
Tem flores nas janelas e afectos nas esquinas
Tem o fado, as tascas e sorrisos nas paredes
Tem uma vida agitada e uma história para contar
Tem uma pausa no olhar e um segundo para te
encontrar
Tem palavras que te acrescento escritas ao relento
Tem música no ar e tantos beijos para te tirar e roubar
Tem luzes de ribalta e todo o tempo que nos faz falta
E tem o teu corpo onde entardeço e não amanheço
Lisboa.
É tão menina e secreta
Tão bailarina e poeta
Bordada em pedras de calçada
Por mim amada, em ti deixada.