Gosto mais de rugby do que futebol, sempre gostei. Sou do tempo do Torneio das Cinco Nações. Só o título encoraja quem lhe pertence, não é? Torneio das Cinco Nações! Na falta de Portugal, tomei como minha a selecção do País de Gales. Sempre fui do País de Gales como muita gente é do Benfica. E a minha segunda equipa, muito mais tarde e só porque não alinhava nestas cinco nações que passaram a seis, foi a Nova Zelândia, como a segunda de muitos lisboetas é o Belenenses. E NZ por vários motivos: o Haka, o ser a nossa antípoda, o uniforme que dá continuação a All Blacks e… ao grande Lomu, o gigante de sorriso aberto para a vida e que levava tudo à frente até à linha de ensaio. Ao contrário do franzino galês que me entusiasmou nos anos 70 – o fantástico Gareth Davies -, Lomu era um bulldozer. Mas mesmo os monstros gentis podem ser seres mortais.
Jonah Lomu, 40 anos, não superou o terrível diagnóstico que lhe surgiu como o mais poderoso adversário e que lhe parou a corrida em 1995: uma doença rara nos rins obrigou-o a retirar-se do desporto em 2002. Conseguiu um transplante dois anos mais tarde, mas só aguentou até 2011, data a que ficou dependente da hemodiálise.
Este gigante que ultrapassava tudo e todos venceu 63 taças para os All Blacks e foi uma das grandes estrelas deste desporto de gentleman.