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Sexta-feira, Novembro 15, 2024

M.A.S.H. faz uma contundente denúncia às intervenções bélicas dos EUA

Carolina Maria Ruy, em São Paulo
Carolina Maria Ruy, em São Paulo
Pesquisadora, coordenadora do Centro de Memória Sindical e jornalista do site Radio Peão Brasil. Escreveu o livro "O mundo do trabalho no cinema", editou o livro de fotos "Arte de Rua" e, em 2017, a revista sobre os 100 anos da Greve Geral de 1917

São inusitadas a leveza e a descontração quando se está falando sobre uma guerra sangrenta. Mas o humor mostra aqui uma de suas funções mais nobres que é servir como ferramenta para entender o absurdo e para aguentar o tranco. A ironia toma o lugar do deboche e o despojamento sela a união daquele grupo de médicos cirurgiões na Guerra da Coreia (1950 a 1953).

Nesta toada M.A.S.H. não rebaixa o sofrimento e a gravidade da situação, mas sim nos permite ver toda a humanidade ali envolvida. Os protagonistas, os jovens cirurgiões Duke e Hawkeye, demonstram como relações de trabalho, hierarquia, turnos etc., se mantêm mesmo em meio à guerra. O humor irônico surge como um subterfúgio dos doutores diante do horror da situação.

No ano em que o filme foi lançado, 1970, a agressão dos Estados Unidos contra o Vietnã já se arrastava por quinze anos. De forma velada, uma vez que foi contextualizado na Guerra da Coreia, M.A.S.H. foi o primeiro filme a abordar questões relacionadas àquela guerra. Denunciou as batalhas que fizeram milhares de vítimas e deu notoriedade ao diretor, Robert Altman, que até então havia dirigido filmes e programas de televisão sem muito destaque.

O filme se passa, ficcionalmente, na Guerra da Coreia, mas a referência ao Vietnã era implícita e indisfarçável. A história se passa no 4.077º Hospital Cirúrgico Móvel do Exército Americano, na Coreia, e relata as aventuras amorosas dos cirurgiões do Exército, que inventam as mais hilariantes aventuras e procuram, assim, manter a cabeça em ordem em meio a um mundo que, em virtude da guerra, desabava.

M.A.S.H.

EUA, 1970

Direção: Robert Altman
Elenco: Donald Sutherland, Sally Kellerman, Elliott Gould, Tom Skerritt, Robert Duvall


Texto em português do Brasil

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