É também ao longo do muro que se encontra o território mais minado per capita do mundo, que já ceifou milhares de vidas. A informação é dada pelo site por un sahara libre.org que afirma:
“O muro da vergonha no Sahara Ocidental, é composto por um conjunto de instalações militares ao longo dos seus 2.720 quilómetros de extensão e foi construído por Marrocos nos anos 80 para dividir a população saharaui, controlar os territórios ocupados, explorar ilegalmente e assegurar a segurança da mina de fosfatos “Fos Bucraa”, o acesso ao mar, para além das reservas e lençóis subterrâneos de água potável”.
Sendo a maior barreira operacional militar no mundo, o seu maior perigo reside nos campos de minas terrestres antipessoais e antitanque que já ceifaram a vida a milhares de saharauis. Existe uma companhia militar a cada cinco quilómetros e um radar a cada 15. “Além disso existem tanques, drones, satélites e todos os equipamentos sofisticados de guerra”.
De acordo com a organização, “o custo diário da manutenção do muro, com mais de 150 000 soldados marroquinos, estima-se em mais de 1 milhão de euros por dia. A construção teve o apoio dos EUA, Israel, França, Arabia Saudita e Qatar”.
E acrescenta, “Para entender melhor a extensão do muro e a quantidade de minas há que ter um termo de comparação. Se o muro fosse construído na Europa seria suficientemente grande para isolar por completo Portugal Continental (todo o perímetro tanto fronteiras terrestres como marítimas); a ilha da Madeira e as ilhas de São Miguel , São Jorge, Faial e Corvo do arquipélago dos Açores”.
As minas existentes no Sahara Ocidental (estimadas em mais de 9 milhões) serão suficientes para matar todos os habitantes de Portugal continental. “Estas minas matam e mutilam de forma constante, embora haja um cessar-fogo desde 1991”, refere, ainda a por un sahara libre.org.
O custo de uma mina
“As operações de desminagem são muito caras e muito perigosas. Colocar uma mina custa um dólar, mas retirá-la custa cem dólares. As minas foram colocadas na década de 80 e desde então o siroco forte, o movimento da areia e as chuvas têm movido e enterrado muitas deles, não existe por isso uma localização precisa das minas. É impossível garantir a segurança num território tão instável, por isso a zona de segurança começa a apenas cinco quilômetros do muro.
Este muro é o rosto da ocupação. Marrocos é, de facto, um ocupante militar e ilegal que transformou os territórios ocupados numa prisão a céu aberto. O muro não só dividiu o território e separa as famílias, mas tem consequências económicas, ambientais, políticos e sociais negativas”.(por un sahara libre.org)