Com o objectivo de desenvolver ideias, estudos e projectos nas diferentes áreas da ciência e das tecnologias de última geração, foi criada em Junho do ano passado a ACITO – Associação para a Ciência e Inovação Tecnológica do Oeste, com sede em Torres Vedras.
Trata-se de uma associação de direito privado sem fins lucrativos. Segundo o actual presidente da direcção, José Paiva, terá também como objectivo desenvolver projectos de apoio a jovens carenciados, cidadãos desempregados de longa duração, minorias ou imigrantes, de forma a capacitá-los no domínio tecnológico.
Para isso vai organizar cursos de formação, de seis ou nove meses, de informática, programação e noutras áreas tecnológicas.
O primeiro curso já teve lugar este ano, mas de curta duração e para apenas dois formandos, que vão estagiar na própria associação.
Associação para a Ciência e Inovação Tecnológica
A ACITO dispõe de um laboratório de reparação de equipamentos, que visa ajudar indivíduos carenciados que não podem pagar os arranjos dos seus objectos ou para a comunidade em geral a custos de cerca de 30 por cento abaixo do valor de mercado. Em paralelo terá uma oficina tecnológica domiciliária, um serviço móvel que cumprirá os mesmos objectivos.
Outra ideia que está em curso é a troca ou venda de equipamentos usados através de um sistema de pontos. Ou seja, a ACITO recebe-os, eventualmente repara-os se for o caso, e vende-os ou troca-os por outros mediante uma equivalência de pontos atribuídos de acordo com o seu valor comercial.
Na região Oeste
Fundada em Torres Vedras, a associação pretende, contudo, expandir-se a todo o país, a começar pela região Oeste. No futuro, daqui a dois anos, no mínimo, espera obter financiamento para construir um grande centro tecnológico, conforme nos explicou José Paiva. A ACITO tem 14 associados, que pagam uma quota mensal de 10 euros. Está aberta a novos sócios, colaboradores e parceiros, que neste momento ficam dispensados do pagamento da jóia, no valor de 100 euros.
Em carteira estão diversos projectos no âmbito das novas tecnologias, que avançarão conforme os financiamentos que a associação conseguir angariar. Entre eles está o desenvolvimento de tratamentos de doenças crónicas, para o qual será necessário um laboratório específico e especialistas na área. As energias renováveis são igualmente uma preocupação e a ACITO irá procurar desenvolver uma viatura eléctrica cem por cento autónoma.
Projectos
Todas as ideias já foram alvo de candidatura ao Programa Operacional Centro 2020 e espera aprovação para comparticipação. Algumas, porém, podem ir avançando, como o circuito fechado eléctrico para alimentar pequenos equipamentos. A ACITO irá fazer o protótipo e precisa depois de um parceiro industrial para o produzir e comercializar, ficando com 50 por cento da patente, até porque os lucros revertem para a associação.
No sector da programação informática, a ACITO vai ainda desenvolver um aplicativo para associações de apoio social, de forma a automatizar as suas bases de dados com ligação ao telemóvel de cada técnico. Estão a ser preparados protocolos com IPPS torrienses de forma a testar esse recurso. Há depois outras ideias que José Paiva gostava de desenvolver, a começar por uma plataforma que engloba em rede vários sites de uma organização. A robótica e a impressão 3D são outras áreas às quais a ACITO pretende dedicar-se.