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Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

Manuel Alegre põe (mais uma vez) em causa a minha prática rogériográfica

Rogério V. Pereira
Rogério V. Pereira
Estudou Engenharia Química no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Começou a trabalhar como Técnico de Organização Industrial e terminou no topo da carreira, como sénior manager, nas áreas da consultoria em organização e gestão.

E pimba, apanho o poeta a jeito e faço-lhe uma rogériografia.

Olho a sua “chapa” que, tal como as outras, lhe retrata as profundezas da mente.

Enquanto poeta, a “coisa” bate certa e confirma a minha admiração e até estima. Não foi por acaso que a Praça da Canção me veio à mente bem como os cantares de Adriano. Não foi por acaso que o liguei a nomes como  O’Neil, Ary, Torga e Pessoa, um dia em que me ocorreu dar resposta à pergunta porque me sentia português… Não foi por acaso quando, em data recente, Eu, Meu Contrário e Minha Alma, em uníssono o aplaudimos, num poema inesperado: «Não este não arrisco logo existo / de cócoras à espera de uma sopa. (…) / Pátria minha quem foi que te não quis?» – Manuel Alegre, in “Resgate”.

Enquanto cidadão e político interventivo a sua rogériografia não tem interpretação possível. É uma trapalhada pegada. E desisto de interpretar aquilo. Os neurónios ora se agitam ora parecem mortos e as respectivas sinapses ou são uma cavalgada ora um trote trôpego e sem norte a apetecer dizer algo para o suster.

É neste quadro de incompetência rogériográfica que me interrogo porque terá feito o poeta aquele apelo a que “não se mutile a biografia de Mário Soares nem se a adapte a conveniências em termos que parecem extractos de  um discurso em tom de elogio fúnebre”, sendo o corpo de Soares ainda um não cadáver. Incompreensível e lastimável.

Nota do Director

As opiniões expressas nos artigos de Opinião apenas vinculam os respectivos autores.

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