Um presidente ‘pacifista’. Foi, basicamente assim que se apresentou Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso de vitória.
Foi magnânimo para com os seus adversários, ao destacar o contributo positivo que deram e ao determinar que “não há vencidos nestas eleições”. Retomou o slogan de que será um presidente para todos os portugueses sem excepções e assumiu que a sua principal tarefa ao longo dos próximos anos será tudo fazer “para unir aquilo que as conjunturas dividiram, estreitando a relação entre todos os portugueses, fazendo pontes, cicatrizando as feridas e aproximando posições”.
Para o novo presidente, é altura de “voltar a página e recriar a desdramatização e a pacificação económica, social e política”. Há que promover as convergências políticas, até porque “perdeu-se um pouco a cultura do compromisso e do consenso”. Para Marcelo, em democracia “é natural a divergência, mas é também natural o esforço de convergência e de compromisso ao serviço do interesse nacional”.
Da sua parte garante que é “o primeiro a querer que o Governo governe com eficácia e sucesso” porque isso será bom para o país. Mas também deixa uma palavra para a oposição, que deve ser “activa e representativa porque do seu contributo e escrutínio se faz igualmente a força da democracia”.
A política a seguir deve ter como objectivo “conciliar justiça social com crescimento económico e estabilidade financeira”. Há que “crescer de forma sustentada, gerar emprego, corrigir injustiças sociais que a crise agravou”, mas, lança um aviso ao Governo, isso tem que ser conseguido “sem comprometer a solidez financeira pela qual tantos portugueses se sacrificaram”.
[…] Rebelo de Sousa procurou, durante a campanha eleitoral e no seu discurso de vitória, vestir a pele de um homem dialogante, equilibrado, sereno e confiável. Mas, ao longo da sua vida, […]